São Paulo, sexta-feira, 21 de junho de 1996
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FHC decide mudar governo, mas desconhece como fazer

JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
DA REPORTAGEM LOCAL

Fernando Henrique Cardoso está decidido a mudar o ministério após as eleições de outubro, em busca de uma equipe mais realizadora. O problema, entretanto, é como viabilizar a mudança. Por ora, o presidente tem hipóteses, mas nenhuma solução à vista.
FHC tem dúvidas sobre o que fazer com as pessoas que deixariam a equipe e se queixa da falta de nomes para substituí-las.
O ponto mais crítico é a coordenação do governo. FHC gostaria de ter um auxiliar que cobrasse os ministros e administrasse o dia-a-dia do poder.
Clóvis Carvalho não vem conseguindo alcançar esses objetivos, embora Fernando Henrique confie na competência do ministro no que se refere à revisão jurídica dos atos legais que ele, como presidente, tem de assinar.
Os nomes sugeridos até agora para a função de coordenador foram descartados por FHC. Entre eles, estão até o de amigos do presidente, como o de Sérgio Motta.
Saída diplomática
Auxiliar fiel desde os tempos de Ministério da Fazenda, o destino de Clóvis Carvalho -caso seja encontrado um substituto- também é um problema.
Na mesma categoria se enquadra o ministro da Administração, Luiz Carlos Bresser Pereira. Uma eventual saída seria convidá-lo a assumir uma embaixada de prestígio, como a de Paris ou a de Roma.
O secretário-geral da Presidência, Eduardo Jorge, tem tido seu poder progressivamente esvaziado desde que Luiz Carlos Santos foi para o Planalto. Só lhe sobraram as nomeações pessoais de FHC. Também pode ter destino diplomático.
Feudo do PFL baiano, o Ministério das Minas Energia deve trocar de titular, mas não de dono. Uma das cogitações é convidar Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA) para o lugar de Raimundo Brito.
Ainda na meta de mudar a cara do governo, Fernando Henrique quer transformar a maneira pela qual é montada sua agenda.
Pretende que ela seja um instrumento de sinalização de suas ações políticas e administrativas.
A idéia é conjugar a agenda com a comunicação oficial para tornar mais claras as prioridades de sua administração.

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