São Paulo, sexta-feira, 21 de junho de 1996
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Na periferia, Erundina radicaliza fala

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Luiza Erundina fez ontem a primeira incursão nas ruas da zona leste depois que a pesquisa do Datafolha atestou que a candidata do PT isolou-se no primeiro lugar na disputa paulistana. Erundina radicalizou o discurso.
A candidata defendeu com ênfase a greve geral marcada para hoje pelas centrais sindicais. "A greve é necessária e legítima. Talvez o presidente da República ouça a reclamação, se não estiver viajando para fora", afirmou.
Erundina classificou de "covardes que se escondem na sombra" os autores de um folheto que prega a utilização da violência na greve.
Em entrevista a uma rede de "rádios piratas"-que se denominam "comunitárias"-, Erundina foi indagada sobre a razão de, durante sua gestão na Prefeitura de São Paulo (89 a 92), não ter continuado as obras viárias iniciadas por seu antecessor, Jânio Quadros.
A petista afirmou que optou por obras sociais. "Era isso ou concluir túnel para automóvel de rico no Morumbi", concluiu.
Na semana passada, durante debate com mulheres de diretores da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, a candidata petista recebeu a mesma pergunta. Na ocasião, limitou-se a falar da opção pela área social, sem referir-se às obras viárias como projetos destinados aos "ricos".
Carreata
Durante carreata no bairro de São Mateus (zona leste), Erundina fez varias promessas. Discursando em cima do carro de som em movimento, a candidata criticou o preço da tarifa de ônibus na cidade (R$ 0,80) e a taxa de juros e prometeu creches, hospitais, casas de cultura etc.
Recebida sem entusiasmo evidente, mas também sem nenhum ato de hostilidade, a candidata do PT recebeu mais sinais de aprovação do eleitorado feminino.
"Esse tipo de campanha dá voto, sim. Não é só a mídia que assegura a vitória", declarou Erundina.
A candidata petista afirmou ainda que a prioridade da área de comunicação de sua campanha continua sendo a contratação do publicitário Celso Loducca.
O PT paulistano tenta convencer Loducca a aceitar um orçamento de R$ 2,5 milhões para a campanha para a prefeitura.

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