São Paulo, sexta-feira, 21 de junho de 1996
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"Pacote" acelera a implantação do PAS

LUCIA MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

Às vésperas da eleição, o prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, decidiu apressar a implantação do PAS na cidade e assinou ontem um "pacote": instalou o plano de uma só vez em cinco novas regiões.
Os hospitais de São Miguel Paulista, Butantã/Lapa, Mooca/Vila Matilde, Santana e Ermelino Matarazzo passam a ser administrados pelo novo sistema a partir da meia-noite de hoje.
Até agora, o prefeito se limitava a implantar o plano em uma região por vez. Com as novas cinco sobe para dez o número de áreas da cidade onde os hospitais são gerenciados pelo PAS.
"O cronograma estava atrasado por causa da briga na Justiça que tivemos no início da implantação com a oposição", afirmou Maluf.
Início O PAS (Plano de Atendimento à Saúde) começou a ser implantado na cidade no dia 1º de janeiro deste ano. Pelo plano, os hospitais municipais passam a ser administrados por cooperativas de médicos.
Os moradores são cadastrados na região onde moram e recebem uma carteirinha.
Cada cooperativa recebe R$ 10 por paciente cadastrado. Quem não é cadastrado só recebe atendimento de emergência.
Segundo os cálculos da prefeitura, com a implantação dos cinco novos "módulos" -como a prefeitura chama cada região-, o número de pessoas atendidas pelo plano será de 8 milhões.
Os funcionários do Hospital Tide Setúbal (São Miguel Paulista) que são contrários ao plano do prefeito afirmaram ontem que vão resistir à implantação.
Funcionários públicos não são obrigados a aderir ao plano, mas quem não adere é transferido para locais onde o plano não foi implantado.
"O funcionário não tem escolha. Se ele não quer fazer parte da cooperativa tem que ser transferido. Ele está à disposição da prefeitura", disse o secretário municipal da Saúde, Roberto Paulo Richter.
Reta final
Ontem, durante a cerimônia de assinatura do convênio com as cinco cooperativas, o discurso do prefeito parecia uma despedida do governo. Elogiou os secretários, com uma frase para cada um.
Disse que o secretário da Educação, Sólon Borges dos Reis, era seu irmão "siamês"; que o secretário do Verde, Werner Zulauf, estava "florindo a cidade"; que Richter era "um grande administrador". Quando acabou de falar dos secretários, elogiou "aqueles" vereadores "que nunca deixaram de votar por boas causas".
E ainda concluiu: "Fizemos mais do que prometemos. Os homens que fazem erram. Aquele que não faz nada não erra".

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