São Paulo, sexta-feira, 21 de junho de 1996
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Governo muda as regras do redesconto

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco Central mudou ontem as regras para acesso ao redesconto, linha de socorro de liquidez às instituições financeiras.
O redesconto deixará de ser uma linha exclusivamente punitiva, especial para bancos em dificuldades financeiras, passando a ser uma opção a mais para as instituições zerarem seu caixa no final do dia.
Foi criada a TBC (Taxa Básica do BC) para remunerar esses empréstimos e servir de referencial ao mercado para as taxas de juros mensais.
A TBC será anunciada mensalmente pelo BC para vigorar nos 30 dias posteriores.
A TBC será definida pelo Copom (Comitê de Política Monetária do BC), criado ontem com o objetivo de estabelecer o controle da liquidez e da quantidade de dinheiro em circulação.
Conjuntura
A nova taxa terá como referência uma avaliação técnica da conjuntura econômica e das tendências de mercado, segundo o diretor de Política Monetária do BC, Francisco Lopes.
A primeira reunião do Copom será na próxima quarta-feira e vai definir a TBC que vai vigorar a partir de 1º de julho.
As taxas do redesconto serão mais altas conforme a frequência de sua utilização em uma prazo de até 90 dias -e de acordo com as garantias apresentadas.
Os bancos que estiverem em dificuldades e não apresentarem garantias reais pagarão, para um empréstimo acima de 30 dias, TBC mais juros de 10% ao ano.
O acesso ao redesconto foi limitado aos bancos múltiplos com carteira comercial, bancos comerciais e caixas econômicas.
A linha do Proer (programa oficial de ajuda aos bancos) destinada à reestruturação do sistema financeiro também teve sua taxa de remuneração aumentada.
O financiamento de 12 meses terá um custo financeiro da TBC mais 2% de juros ao ano. Anteriormente, era a taxa do overnight mais 0,5% de juros ao ano.

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