São Paulo, sábado, 22 de junho de 1996
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Bovespa sobe 3,95% e gira R$ 540 mi

MILTON GAMEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Dicas
1 Separe 20% de suas reservas para aplicar em ações
2 Compre ações gradualmente, via fundos

As Bolsas tiveram um dia de glória ontem, revertendo expectativas pessimistas da véspera com relação à greve geral.
Em São Paulo, o índice da Bovespa fechou em alta de 3,95%, atingindo 60.531 pontos, recorde nominal histórico. O volume negociado na Bovespa foi de R$ 539,75 milhões, mais que o dobro do movimento do dia anterior.
Também subiram os títulos da dívida externa brasileira. Os contratos futuros de C-Bonds na BM&F avançaram 1,24%, para US$ 0,5884 por dólar de face.
Operadores do mercado financeiro explicaram que há vários fatores positivos influenciando o "sobe-e-sobe" das ações.
Primeiro, espera-se que o governo anuncie metas audaciosas do programa de privatizações no próximo dia 27. Nessa data, o ministro do Planejamento Antonio Kandir detalhará os próximos passos nessa área, conforme promessa feita ontem durante o anúncio do nome do novo diretor de desestatização do BNDES, José Pio Borges.
O bom resultado da balança comercial em maio (superávit de US$ 268 milhões), o recuo da inflação em São Paulo (0,98% na segunda quadrissemana de junho do IPC da Fipe) e o "fiasco" da greve geral também ajudaram a empurrar o mercado ontem.
Mas o puxão mesmo ocorreu por volta das 2h30 da tarde, quando a corretora japonesa Nomura anunciou que estava revendo para cima suas projeções de desempenho das ações da Telebrás este ano.
A Telebrás, carro-chefe do mercado brasileiro, deverá terminar 1995 entre R$ 100,00 e R$ 110,00 o lote de mil ações, prevê a Nomura. Ontem, fechou a R$ 68,50. Conclusão: "o mercado está barato", define gerente de investimentos do Sudameris, Eduardo Santalucia.
No mercado cambial, o Banco Central interveio pela manhã, aumentando a chamada mini-banda em R$ 0,001. Essa faixa de flutuação do dólar comercial passou para R$ 1,002 a R$ 1,007. Durante o dia, os bancos tentaram puxar o dólar um pouco mais para cima, chegando ao limite de R$ 1,0048 na ponta da venda. Mas o Banco do Brasil vendeu dólares e derrubou a taxa para R$ 1,0025, a mesma da véspera.

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