São Paulo, terça-feira, 25 de junho de 1996
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Economia chilena é um "tigre" latino

GILSON SCHWARTZ
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

A economia chilena é quase um outro mundo, uma espécie de ilha de prosperidade num continente que ainda se debate com efeitos "tequila", "caipirinha" e "tango".
A taxa de crescimento foi de estonteantes 10,2% em abril, o que dá um crescimento acumulado para o primeiro quadrimestre de 9,3%, segundo o Banco Central do Chile. A taxa surpreendeu e ontem mesmo o ministro da Fazenda, Eduardo Aninat, fez uma revisão da meta de crescimento para o ano, de 6,5% para 7%. A inflação, segundo o ministro, deve ficar na casa dos 6,5% (no ano). As reservas internacionais estão na casa dos US$ 14,8 bilhões, com previsão de déficit no comércio exterior de US$ 300 milhões no ano, especialmente se continuar a crise atual no mercado de cobre, um dos principais produtos de exportação do Chile. Outro item importante, a celulose, também vem perdendo preço nos mercados internacionais.
A economia chilena cresce como um tigre asiático, mas tem uma participação muito menor no comércio mundial e depende das cotações de "commodities", característica oposta aos "tigres" industrializados.
A associação econômica com o Mercosul será lenta e gradual, mas politicamente os efeitos são imediatos. Na semana passada um representante do governo americano declarou que o Chile será o próximo integrante do Nafta. Os EUA dão preferência à adesão país a país. A diplomacia brasileira prefere o fortalecimento do Cone Sul como um todo. Enquanto isso, o ministro das Relações Exteriores do Brasil lembrava ontem no "World Economic Forum" que o Mercosul não é um "anti-bloco". Acredite, se quiser.

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