São Paulo, quarta-feira, 26 de junho de 1996 |
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Hosmany deve ser transferido para BH
ROGERIO SCHLEGEL
Ontem, Hosmany foi operado para retirar a bala de fuzil que se alojou em sua perna esquerda durante troca de tiros com a polícia, na noite de sábado. A cirurgia também reparou seu fêmur, partido com o tiro. Hosmany estava foragido do Instituto Agrícola de Bauru desde o dia 10 de maio, quando foi autorizado a sair para passar o Dia das Mães com os pais, em Governador Valadares (MG). No sábado, ele foi preso quando apanhava o pagamento do resgate do empresário Ricardo Carvalho Rennó, 49, sequestrado no dia 16 de junho, em Pouso Alegre. Segundo o delegado João Reis, chefe do Deoesp (Departamento Estadual de Operações Especiais), responsável pela prisão de Hosmany, na capital mineira a polícia tem "melhores condições" de evitar que o cirurgião fuja -ele já fez 11 fugas bem-sucedidas- ou seja resgatado pelos integrantes da quadrilha. O delegado disse que Pouso Alegre representa risco adicional por ser próxima da fronteira com outros Estados e porque o hospital não teria as mesmas condições de segurança da carceragem da Polícia Civil na capital. Ontem, o advogado Marcy Antônio de Toledo, que disse ter sido chamado por Hosmany para representá-lo, afirmou que seu cliente não quer ser transferido. Até as 19h, o juiz da Vara Criminal da cidade, Antônio Krepp Filho, não havia tomado decisão. Segundo o advogado Marlus Assis Toledo, que disse também representar o cirurgião, Hosmany não nega participação no sequestro. Ele disse, no entanto, que há notícias "mentirosas" sendo veiculadas sobre seu papel no crime. "Ele disse que o empresário Rennó não foi agredido." Segundo o delegado, Hosmany disse ontem que Ivone Ramos, que alugou a casa que serviu como cativeiro em Governador Valadares, é sua prima e não sua irmã. Como fica a pena O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil), Jairo Fonseca, disse que, pelo fato de Hosmany Ramos ter fugido da prisão e cometido o sequestro, voltará a cumprir pena em regime fechado e poderá ficar preso até 2015 -12 anos mais que a pena que cumpria em regime semi-aberto. "A fuga já implica a volta ao regime fechado. Ter cometido outro crime significa que ele vai ser julgado pelo sequestro, e a condenação, que pode chegar a nove anos, será somada à pena que cumpria." Texto Anterior: Leitor critica oficina da Renault Próximo Texto: Quadrilha era de Avaré Índice |
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