São Paulo, quinta-feira, 27 de junho de 1996
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Preso um dos sócios da Santa Genoveva

RONI LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

O médico Eduardo Spínola, um dos sócios da clínica Santa Genoveva, foi preso ontem ao se apresentar na 28ª Vara Criminal do Rio. O outro dono da clínica, Mansur José Mansur, continuava foragido até o início da noite.
Os sócios da Santa Genoveva tiveram prisão preventiva decretada anteontem, junto com mais quatro pessoas que trabalhavam na clínica, situada em Santa Teresa (zona sul do Rio).
Oito equipes de policiais da 7ª DP (Delegacia de Polícia), em Santa Teresa, procuravam ontem os três acusados ainda foragidos.
Spínola chegou às 11h ao Fórum do Rio (centro), com o advogado criminalista Clóvis Sahione. Às 13h45, Spínola foi levado preso para o 23º BPM (Batalhão de Polícia Militar), no Leblon (zona sul), onde ficará em cela especial.
Nos últimos dois meses, morreram 99 pacientes internados na Santa Genoveva, fechada na semana passada pelo Ministério da Saúde. Ontem, foi comunicada à Justiça a suposta morte de mais um paciente, não-confirmada até as 19h.
Prisão
Ao chegar no fórum, Spínola negou a prática de maus-tratos contra os idosos. "Não houve maus-tratos nem qualquer tipo de ação maléfica em relação aos pacientes", disse, após se negar a comentar se achava sua prisão justa ou não. "A lei, a gente obedece."
Sobre Mansur, ele disse não saber onde estava nem se ia se entregar. Afirmou apenas que o sócio está com a saúde abalada. "Ele está com problemas de saúde, emagreceu muito."
As primeiras prisões ocorreram na noite de terça-feira. Foram presos o médico Roberto Dias, contratado como diretor-médico da clínica em maio, e Silvia Maria Matilde da Conceição, que trabalhava como administradora.
Além de Mansur, estão sendo procurados Amanda Carolina Pinto, ex-diretora-médica, e Valfredo Costa Oliveira, procurador dos donos da Santa Genoveva.
O processo criminal foi distribuído para a 28ª Vara Criminal, cabendo agora ao juiz titular, Claudio Tavares, a decisão de aceitar ou não a denúncia criminal.
Outra morte
Compareceu ontem ao fórum Marcia Leite de Sá, que disse que seu pai, Jorge Pinto de Sá, 70, morreu em 4 de junho após ser transferido da Santa Genoveva para o hospital do Andaraí (zona norte).
Segundo ela, o pai estava havia três anos na clínica devido a um derrame e, nos últimos meses, apresentava uma ferida no pé direito que não teria sido bem-tratada. Como consequência, teve a perna direita amputada e acabou morrendo. Ela foi ao fórum para pedir orientação judicial.

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