São Paulo, quinta-feira, 27 de junho de 1996
Próximo Texto | Índice

Indústria de SP mantém estabilidade

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

O nível de atividade da indústria paulista caiu 1,4% em maio frente a abril. Na comparação com maio de 95, houve crescimento de 1,8%.
Para Boris Tabacof, diretor da Fiesp, o resultado mostra estabilidade na produção industrial em patamares quase tão altos como os do primeiro trimestre de 95.
"Há estabilidade com tendência ao crescimento não muito intenso, principalmente nos setores ligados ao consumo popular", disse ele.
Em abril, a atividade havia crescido 2,1% frente ao mesmo mês de 95 e 4,7% sobre março de 96.
Se não fossem descontados fatores sazonais, como o fato de maio ter 31 dias e ser o mês do Dia das Mães, e da troca de estações no setor de confecções, a produção teria crescido 10,1% frente a abril.
Embalagens
Tabacof citou o exemplo de embalagens de papelão ondulado para mostrar que os níveis de produção estão próximos ao pico de 95.
A produção do setor nos primeiros três meses de 95 era de 130 mil toneladas por mês. Com a restrição ao crédito, em março de 95, foi caindo até chegar a 80 mil toneladas em setembro. Em maio de 96, voltou às 126 mil toneladas.
"Até setores como têxteis e calçados já falam em melhoria."
Na comparação com dezembro de 95, a produção industrial foi 12,8% maior em maio e as vendas da indústria cresceram 10,7%.
As vendas reais caíram 2,8% em maio frente a abril e 0,6% com relação a maio de 96.
Inadimplência
Segundo Tabacof, ainda há incerteza entre os empresários de que haverá uma retomada sustentada do crescimento econômico.
"Se o crescimento for baseado só na expansão do crédito pode haver o risco de inadimplência."
A ampliação dos prazos do crediário e a reposição de estoques, que puxam a atividade industrial, justificam o desempenho favorável do setor de bens de consumo.
Nos primeiros quatro meses do ano, só tiveram desempenho positivo os setores de material elétrico e de comunicações (26% acima do período em 95), alimentos (2,1%) e minerais não-metálicos (3,4%).
O número de pessoas ocupadas pela indústria caiu 10,9% em maio frente ao mês em 95. O salário real médio cresceu 2,7% no período, mas a massa salarial caiu 8,5%.

Próximo Texto: Socorro ao mercado; Operação coberta; Outra leitura; Outra interpretação; Virando o jogo; Custo Brasil; Preço salgado; Aumentos em massa; Espírito olímpico; Pelo telefone; Acordos societários; Forte globalização; Sem munição; Loura doméstica; Fazendo caixa; A prestação; Dívida esticada; Modéstia do sócio
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.