São Paulo, quinta-feira, 27 de junho de 1996
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CEF quer mais prazo para financiamento

Cutolo negocia com bancos

SHIRLEY EMERICK
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A classe média poderá ter dificuldades para obter financiamentos para compra da casa própria pela CEF (Caixa Econômica Federal).
O presidente da CEF, Sérgio Cutolo, disse ontem que os US$ 300 milhões que estão sendo negociados pela instituição no mercado internacional têm prazo máximo de pagamento de oito anos.
"Esse prazo é inadequado ao financiamento habitacional", disse Cutolo.
A idéia da CEF é oferecer, já no segundo semestre, uma linha de crédito para pessoas que ganham acima de 12 salários mínimos (R$ 1.344).
A intenção era estabelecer o prazo de pagamento do empréstimo entre 10 e 15 anos. Segundo o presidente da CEF, os recursos externos oferecidos têm prazo de pagamento fixado entre cinco e oito anos.
Ele disse que ainda vai tentar negociar com as instituições financeiras um alongamento desse prazo. Para Cutolo, qualquer financiamento habitacional deve ter um prazo mínimo de dez anos.
Legislação
Cutolo participou ontem de um debate no Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. Ele criticou a atual legislação imobiliária. "As leis estão ultrapassadas e protegem muito o mutuário", afirmou.
O presidente da CEF considera que essa proteção provocou a retração do mercado, porque os casos de inadimplência são de difícil solução.
Segundo ele, as normas têm que ser flexibilizadas, para dar garantia aos bancos que investem no setor. Cutolo disse que a CEF tem 22% de inadimplência na área imobiliária.
Por causa dos devedores, há cinco anos a CEF não financia a construção de moradias. "O Sistema Financeiro da Habitação está falido e tem uma demanda de 10 milhões de moradias", afirmou.
Cutolo disse, ainda, que uma das alternativas que deveriam ser autorizadas no Brasil é o mercado secundário.
Nesse sistema, o banco financiaria o imóvel e transformaria o contrato em ações negociáveis nas Bolsas. Com isso, conseguiria recursos para outras construções.

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