São Paulo, sexta-feira, 28 de junho de 1996 |
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Maluf em Cannes
NELSON DE SÁ
Carville é o maior especialista no mundo, tendo feito Bill Clinton presidente. Duda Mendonça ainda não fez presidente, mas reinventou Paulo Maluf. Cingapura, PAS, Celso Pitta, nada seria possível sem ele. Mendonça é como um ministro de propaganda de Maluf -com direito a reunião semanal no gabinete. É a maior prova de que o prefeito é, de fato, um competente administrador. Duda Mendonça tanto fez que trouxe Paulo Maluf, em comercial, ao festival de publicidade de Cannes. É um filme curto de serviço público, feito pela agência de Duda Mendonça, devidamente contratada pela Prefeitura de São Paulo. O filme foi mostrado ontem no Palais des Festivals, para alguns aplausos. É a síntese da nova imagem de Maluf: politicamente correto, mas ainda agressivo, autoritário, ou firme, como prefere. Contra o assédio sexual, o comercial mostra um tarado de ônibus que acaba, também ele, sendo alvo de ataque sexual. O filme já foi visto, meses atrás, no Brasil. Segue o figurino de vender pelo impacto. A mesma estratégia que fez Celso Pitta surgir, para choque dos concorrentes, nos primeiros comerciais eleitorais. E vencer, em semanas, a barreira dos 10% de intenção de voto. Mas Duda Mendonça não vence, ou não vende, sozinho. Ele exige conteúdo, até cria conteúdo, para dar a forma. Em entrevista a Juca Kfouri, semana passada na CNT: - Não sou o que pode promover mudanças mas, junto com o candidato, posso fazer sugestões e influenciar. Em especial na era dos comerciais, invadindo o intervalo das novelas: - O comercial agora tem que ter alguma coisa de conteúdo, de consistência, sob pena de desvender. E o negócio é vender. Texto Anterior: Para petista, tucanos não apoiaram a proposta Índice |
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