São Paulo, sexta-feira, 28 de junho de 1996
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PT quer obrigar Maluf a pagar gastos com direito de resposta

Tribunal determinou que Cohab arque com os custos

DA REPORTAGEM LOCAL

O PT decidiu ontem entrar com ação popular na Justiça nos próximos dias para obrigar o prefeito Paulo Maluf (PPB) a pagar os gastos com as inserções de mensagem de direito de resposta sobre o incêndio na favela de Heliópolis.
Na última quarta-feira, o juiz Dirceu de Aguiar Dias Cintra Júnior, da 1ª zona do Tribunal Regional Eleitoral, deu ao PT direito de resposta ao comunicado da prefeitura responsabilizando o partido pelo incêndio na favela.
No anúncio sobre o incêndio, ocorrido no último dia 17 de junho, a Prefeitura de São Paulo diz que os prédios incendiados foram invadidos porque, na gestão de Luiza Erundina (PT), a construção dos prédios não foi retomada.
Os prédios da favela de Heliópolis (zona sul de São Paulo) foram iniciados na administração Jânio Quadros (86-88). Erundina alega que as invasões foram iniciadas ainda na administração Jânio e agravadas na administração de Maluf, por causa da retirada da Guarda Metropolitana do local.
O comunicado da prefeitura diz ainda que, em 1993, a atual administração não pôde retomar as obras porque uma ação do PT impediu a reintegração de posse, "não permitindo que os invasores ficassem em segurança".
O direito de resposta do PT deve ser entregue hoje às emissoras de TV que veicularam o anúncio.
O texto-resposta terá o mesmo número de inserções dos anúncios veiculados pela prefeitura.
O juiz decidiu que os gastos com o direito de resposta do PT sejam pagos pela Cohab, a empresa responsável pelo sistema habitacional da Prefeitura de São Paulo. Mas o PT quer que esses gastos sejam pagos por Maluf.
"A Cohab é uma empresa pública. Quem tem que pagar essas despesas é o Maluf, que autorizou os anúncios", afirmou Jilmar Tatto, presidente do PT paulistano. "Maluf e os diretores da Cohab têm que pagar por isso", afirma.
O incêndio da favela de Heliópolis provocou a morte de quatro pessoas, entre elas uma criança com 12 dias de nascida.
Ao visitar a favela após o incêndio, Maluf foi hostilizado pelos moradores.
A secretária municipal dos Negócios Jurídicos, Mônica Herman Caggiano, já comunicou que a prefeitura vai recorrer da decisão judicial que dá direito de resposta ao PT.

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