São Paulo, sexta-feira, 28 de junho de 1996
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Chileno Santa Ema mostra potencial

JORGE CARRARA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Os vinhos da vinícola chilena Viña Santa Ema acabam de pousar no Brasil. A empresa não tem, precisamente, uma tradição secular. Nem nasceu, como a maioria das "bodegas" chilenas, iniciativa dos descendentes dos colonizadores espanhóis.
A Santa Ema foi criada em 1955 por um italiano, Pedro Pavone Voglino, que chegou ao Chile em 1917. Em 1931, plantou os seus primeiros vinhedos no Vale do Maipo, uma das mais importantes regiões vinícolas do Chile, mas limitou-se por cerca de vinte anos a vender as suas uvas às vinícolas do lugar.
Na década de 50, ajudado por seu filho Félix, Pavone decidiu arriscar a sorte no mundo de Baco e fundou a Santa Ema, iniciando a comercialização dos seus próprios vinhos. Desde então a vinícola não parou de crescer. Possui hoje mais de 300 hectares de vinhedos em Maipo e também no Vale de Cachapoal, na vizinha zona de Rapel. Agora chega ao Brasil.
Mas na sua tentativa de alargar o passo, a Santa Ema não consegue evitar escorregões. O Chardonnay 95, por exemplo, é meio insípido e não tem a personalidade que os brancos desta cepa francesa tem alcançado ultimamente no Chile.
A vinícola, porém, mostra também que é capaz de modelar bons exemplares. O Sauvignon Blanc, safra 95, por exemplo, que completa a ala dos brancos deste primeiro desembarque, é um dos melhores vinhos chilenos dessa variedade que aportaram por aqui.
Ele tem perfume intenso (e exótico) que combina pêssego e maracujá, boa acidez, corpo médio e sabor frutado muito persistente.
Entre os tintos há um bom Merlot, safra 92, de aroma e sabor frutado (cerejas) combinados com certo toque defumado.
Mas a estrela do capítulo rubro é o Reserva 90 -um tinto elaborado com uvas Cabernet Sauvignon e arredondado em barris de carvalho francês- de paladar equilibrado e complexo (fruta, madeira) que lembra um bom Bordeaux.

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