São Paulo, sexta-feira, 28 de junho de 1996
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"A Isca" seduz por não teorizar a violência

PAULO VIEIRA
EDITOR-ADJUNTO DA ILUSTRADA

Estréia hoje "A Isca", de Bertrand Tavernier. O filme tem um trio de jovens atores como protagonista. A linda lolita Nathalie (Marie Gillain) é uma balconista que sai com homens mais velhos em troca de uma pequena intersecção em um mundo de grifes -Montblanc, Mercedes, Rolex. Superativa, não tem maiores ambições além dessa. Delicia-se com leituras que revelam os cachês pagos a Julia Roberts e Adjani.
Eric, seu namorado, sonha em ter uma loja nos EUA. Adora filmes americanos como "Scarface" (com Pacino). Numa sequência em que está na locadora, repele a sugestão de uma fita francesa. "Filme francês é chato, diz".
Bruno, o amigo de Eric, deve-lhe fidelidade canina e olha de soslaio quando Nathalie se despe.
O trio não tem maiores ambições até o momento em que Eric tem sua conta bancária bloqueada. A partir daí, passa a tramar assaltos para levantar um capital. As vítimas serão justamente as companhias ricas de Nathalie.
As primeiras tentativas fracassam. Nathalie participa dos crimes com crescente naturalidade. A ação ganha em violência, mas o trio não se abala muito com isso.
No primeiro latrocínio, eles faturam alguns francos, que são queimados ato contínuo num bar.
O trio não vai ganhar dinheiro nenhum com essa história. Creditem-se fichas, contudo, na conta de Tavernier. Fez um bom filme ao evitar teorizar a violência, contando piadas engraçadas e armando diálogos verossímeis.

Filme: A Isca
Produção: França, 1994
Direção: Bertrand Tavernier
Quando: a partir de hoje nos cines Arouche A, Cinearte 1 e circuito

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