São Paulo, domingo, 30 de junho de 1996
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Fim de reinado

SÍLVIO LANCELLOTTI

Conforme esta coluneta antecipou no último domingo, a eliminação prematura da Itália na Eurocopa de fato determinou o fim do reinado de Antonio Matarrese na FIGC, a federação do futebol da Itália.
Haverá eleições na entidade em 6 de agosto.
Com mais de um mês de antecedência, porém, já se sabe que a FIGC terá um novo "capo", Luciano Nizzola, o atual presidente da liga dos 38 maiores clubes do país, aqueles pertencentes à primeira e à segunda divisões.
Matarrese bem que tentou salvar seu posto numa reunião com Nizzola e com dois outros personagens importantíssimos no "calcio": Giancarlo Abete, o presidente da liga dos clubes da Série C, e Elio Giulivi, das divisões inferiores e amadoras.
O encontro aconteceu no dia 24, em Capitone, na magnífica casa de veraneio de Giulivi.
Matarrese literalmente implorou por um adiamento das eleições. Sugeriu uma nova data em março de 1997.
A justificativa de Matarrese: é vice da Uefa e da Fifa; sem ele na FIGC, a Itália talvez perca as suas posições de influência no futebol do mundo.
Os seus opositores recusaram o casuísmo.
No máximo, garantirão a Matarrese um cargo simbólico de "presidente honorário", uma forma artificiosa de ele manter os seus cargos internacionais.
De fato, no seu congresso deste fim-de-semana, o conselho diretivo da Uefa deve manter o sueco Lennart Johansson no seu comando e deve preservar Matarrese como um dos seus vices.
Também em 2 de julho, a Fifa seguramente garantirá Matarrese como o coordenador do grupo de trabalho encarregado de preparar o tratado de organização conjunta da Copa de 2002, Coréia do Sul e Japão.
Matarrese, de todo modo, é um homem derrotado, que jamais realizará o seu sonho de um dia ser o presidente da Uefa ou da Fifa.

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