São Paulo, domingo, 30 de junho de 1996
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Prejuízo nos EUA é de US$ 4,7 bi ao ano

PATRICIA DECIA
DE NOVA YORK

A indústria de televisão a cabo perde US$ 4,7 bilhões ao ano nos Estados Unidos com pirataria. São mais de 15.800 casos de roubo de cabo anualmente, segundo as estatísticas do Office of Cable Signal Theft (Escritório para o Roubo do Sinal de Cabo).
O órgão, sediado em Washington, é parte da Associação Nacional de Televisões a Cabo e foi criado em 1986, com participação de 30 representantes da indústria de programação.
Segundo o comitê, as perdas estimadas (total de residências ligadas a televisão a cabo que deixam de pagar pelo serviço) é igual a 24% do faturamento total da indústria. "Nós chegamos a essas estatísticas depois de uma grande pesquisa, realizada em 1992, de onde tiramos uma fórmula baseada no número de subscrições e outras medições que nos permite estimar o quanto está sendo pirateado", afirma Nilda Cid, porta-voz do órgão.
Para reduzir o problema, a comissão criou manuais de segurança e conseguiu aprovar leis criminalizando o procedimento e as penas ficaram mais severas.
Só no ano passado, cerca de 2.000 pessoas foram processadas por piratear cabo nos Estados Unidos. Hoje, as penas chegam a até 16 anos de prisão e as multas já somam US$ 2,7 milhões.
A lei atinge tanto quem conecta quanto quem recebe -e usufrui- da televisão a cabo pirateada. O primeiro tipo é classificado de ativo e o segundo, passivo. Entre os ativos, há ainda a divisão entre privado e comercial.
Estão incluídos em crimes com uso comercial, por exemplo, bares ou restaurantes que se utilizam da televisão como forma de atrair público e tirar lucro do uso indevido disso. Até agora, segundo Cid, não é possível dizer se essas ações estão dando resultado. "Acredito que em dezembro faremos um levantamento mais favorável, com uma queda significativa das perdas", diz.
Mas não é só pelo endurecimento da lei que a indústria tenta reverter o problema. Campanhas publicitárias mostram que roubo de cabo é crime. O filme da Time Warner Cable mostra um respeitável homem de meia idade dentro de um tribunal alegando que faz reciclagem, paga contas em dia, nunca enganou o imposto de renda e que jura não saber que cometia um crime ao receber TV a cabo de graça.

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