São Paulo, quarta-feira, 3 de julho de 1996
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Número 1 do café colhe 105 mil sacas

BRUNO BLECHER
ENVIADO ESPECIAL A ALFENAS (MG)

A Agropecuária Ipanema deverá colher até setembro próximo 105 mil sacas de café nas três fazendas que mantém em Alfenas, sul de Minas Gerais, que somam 5.000 hectares e 14 milhões de pés.
A operação colheita, iniciada em maio passado, envolve cerca de 1.500 trabalhadores.
A Ipanema, que pertence aos grupos Bozzano Simonsen e Trilux (Gomes de Almeida Fernandes), é considerada a maior fazenda de café arábica do mundo em área contínua e planeja chegar a 20 milhões de pés plantados até 1998.
"Nossa meta não é apenas aumentar a produção, mas investir na qualidade, buscando novos nichos de mercado", diz Washington Rodrigues, diretor-superintendente da empresa.
Desde 86, explica Rodrigues, a Ipanema vem adotando um novo conceito de comercialização.
"Investimos na tecnologia de colheita, para melhorar a qualidade de café, e montamos uma área comercial", diz ele.
As mudanças no sistema de colheita e separação do café, além da instalação de despolpadores e lavadores, permitiram selecionar melhor o produto e ampliar o leque de produtos voltados ao mercado externo.
Os cafés despolpados são exportados para a Alemanha e a Suíça. Os descascados são destinados aos mercados da Itália e da Suíça. Os naturais vão para Japão, Itália e Estados Unidos.
Hoje, a Ipanema exporta 60% de sua produção. Em 91, as vendas externas representavam apenas 5%.
A empresa também criou logomarcas, que identificam os processos de beneficiamento do café.
"Vendemos o café verde não mais como uma 'commodity', mas como uma grife", diz Rodrigues. "Isto só funciona se você conseguir assegurar ao importador a constância de seu produto, tanto em qualidade como em quantidade."
Uma das novidades da empresa é o Ipanema Expresso, que está sendo comercializado, como café verde, nos EUA e na Europa.
O expresso típico é produzido com 70% de café brasileiro e o restante com matérias-primas de países da América Central, Quênia e Etiópia.
Como produz cafés de vários tipos (terreiro, despolpado e cereja descascado), a Ipanema desenvolveu seu próprio blend.
"A vantagem para o torrefador é que o blend da Ipanema já vem pronto e ele não precisa comprar cafés de várias origens", diz Rodrigues.
No mercado interno, a empresa lançou, na última segunda-feira, o Fazenda Ipanema, um café torrado e moído na própria fazenda, que será comercializado nas versões forte e extra-forte.
"A produção inicial, de 200 mil quilos mês, será destinada aos mercados do Rio Grande do Sul e Sul de Minas. A partir de setembro, pretendemos chegar aos supermercados de São Paulo e do Rio de Janeiro", diz Rodrigues.
Com os lançamentos, a meta da empresa é elevar o seu faturamento anual de R$ 15 milhões para R$ 20 milhões.

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