São Paulo, quarta-feira, 3 de julho de 1996 |
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Fazendeiros avaliam medidas contra MST Sem-terra prestam depoimento IRINEU MACHADO
O presidente do sindicato, Francisco Santos Soares, 50, não quis adiantar as propostas dos fazendeiros para combater as invasões. No último fim-de-semana, um grupo de homens armados teria ocupado a sede da fazenda Califórnia, no município vizinho de Açailândia (MA). Há duas semanas, duas fazendas em João Lisboa (MA) foram ocupadas por cerca de 270 pessoas, 80 das quais armadas, segundo a Polícia Federal. O MST nega participação nas ocupações. Soares disse ser contra o conflito armado entre fazendeiros e posseiros. "A situação está ficando fora do controle das autoridades e nós vamos responsabilizar os Poderes Judiciário e Executivo, que não estão tomando providências sobre as invasões", disse. Depoimentos Os coordenadores do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) Gilvânia Ferreira e José Ribamar Sales prestaram depoimento anteontem à noite ao delegado Rubens Sérgio dos Santos. Ele preside o inquérito policial civil sobre a morte de quatro pessoas na fazenda Cikel, em Buriticupu, distrito de Santa Luzia (MA), no último dia 11. Segundo Santos, Sales teria confirmado que estava na sede da fazenda com os sem-terra no dia do conflito. "Ele teve participação na ocultação dos cadáveres. As mortes se deram numa terça-feira e os corpos só foram recolhidos numa sexta. Sales era um dos líderes e não fez nada para evitar", disse. Gilvânia Ferreira teria, segundo o delegado, incitado a invasão da sede da fazenda numa passeata em Santa Luzia no dia 3 de junho. Ambos disseram em seus depoimentos "não ter controle" sobre as outras cinco pessoas acusadas pelo delegado. Os diretores e advogados do MST não foram localizados ontem pela Agência Folha. Texto Anterior: Unanimidade Próximo Texto: Darly vai cumprir pena em Brasília Índice |
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