São Paulo, quarta-feira, 3 de julho de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
"Um Susto" é "terrir"
MARCELO REZENDE
O que significa que toda -por vezes entediante- sofisticação foi deixada de lado. Sai Jacques Tati e entra "Apertem os Cintos Que o Piloto Sumiu". Se os americanos adoraram satirizar o cinema de gênero (o policial, a catástrofe), os franceses se atiram contra o rito máximo da arte cinematógrafica do país: o Festival de Cannes. Depois da exibição de um filme de terror -de baixíssimo orçamento- no festival, uma série de crimes iguais aos da tal obra começam a acontecer na cidade. Assim, um policial é designado para investigar os assassinatos e proteger o ator que é a estrela de "O Vermelho é a Morte". Com esses elementos apresentados, o diretor Alain Berberian parte direto em direção ao ridículo. Seu detetive é um homem incapaz de entender os mais simples dos acontecimentos, enquanto o ator a quem protege tem o estranho hábito de vomitar sempre que está feliz. Há um pouco de estranheza ao ver uma comédia rodada na França assumindo um tipo de humor que fez a fortuna de alguns diretores na América. Mas "Um Susto" consegue manter um espírito de zombaria intelectual que o identifica claramente a sua terra de origem, como o assassino "do foice e do martelo", que tem "a deturpada visão da classe operária". Vídeo: "Um Susto Na Cidade" ( França, 1994) Direção: Alain Berberian Elenco: Chantal Lauby, Alain Chabat, Dominique Farrugia Distribuição: Mundial Filmes (011) 536-0677 Texto Anterior: Os mais retirados da semana Próximo Texto: Centenário de Brecht pode ter encenação de 'A Medida' Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |