São Paulo, quinta-feira, 4 de julho de 1996
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Laudo culpará shopping e construtora

DA REPORTAGEM LOCAL

O IC (Instituto de Criminalística) de Osasco vai responsabilizar a construtora Wysling Gomes e a administração do Osasco Plaza Shopping pela explosão que matou 42 pessoas no dia 11 de junho.
O instituto apura ainda a eventual responsabilidade no acidente de outras empresas envolvidas no empreendimento. Os laudos periciais ficam prontos até a próxima quinta-feira.
A explosão no Osasco Plaza foi provocada pelo acúmulo de gás de cozinha no vão existente entre o piso térreo do shopping e o solo.
Nesse vão, que não tinha ventilação, passava uma tubulação por onde provavelmente ocorreu o vazamento.
A tubulação, segundo a perícia, não constava do projeto original do shopping. Pelo projeto, ela deveria estar no contrapiso.
Segundo Ronaldo Egydio dos Santos, diretor do IC de Osasco, a administração do shopping será responsabilizada por não ter tomado as medidas necessárias com relação às reclamações de cheiro de gás feitas por lojistas.
"Eles deveriam ter interditado o prédio ao saber do vazamento e tomado as providências."
O shopping nega ter recebido reclamações específicas sobre cheiro de gás de cozinha.
Sobre a construtora, Santos afirmou que ela foi a responsável técnica pela obra e fez também a tubulação entre o piso e solo.
"Essa tubulação não atendeu às especificações do projeto, que foi modificado. Está claro que a Wysling Gomes modificou o projeto", disse Santos.
Advogados
Cid Vieira de Souza, advogado da Wysling Gomes, afirmou ontem que vai aguardar a oficialização do laudo para se manifestar.
Ele afirmou, no entanto, que "a construtora não modificou projeto algum e apenas obedeceu rigorosamente ao que estava previsto".
"É prematuro fazer qualquer avaliação nesse momento. Vamos aguardar o laudo", afirmou Souza.
Ricardo Camargo Lima, um dos advogados do Osasco Plaza Shopping, também prefere aguardar a divulgação oficial do laudo da perícia técnica.
"Enquanto não sair o laudo oficial, qualquer manifestação sobre ele é irresponsabilidade."
Lima declarou ainda que a administração do shopping "nunca soube, por ninguém, que houvesse reclamação específica" sobre cheiro de gás de cozinha.
"Existia, sim, reclamação de um mau cheiro. A administração do shopping sempre tomou todas as providências cabíveis para toda e qualquer ocorrência", disse Lima.

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