São Paulo, quinta-feira, 4 de julho de 1996 |
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Exposição transgride limites da fotografia
ANA MARIA GUARIGLIA
As 80 obras utilizam estruturas e técnicas de manipulação para evidenciar as íntimas relações entre a fotografia e as artes plásticas. Pelo lado brasileiro, estão Rochelle Costi (repórter fotográfica da Folha), Antônio Saggese, Chris Bierrenbach, Cássio Vasconcelos, Renata Castello Branco, Cláudio Feijó, Paula Trope, Rubens Mano, Rafael Assef, Artur Lescher e Luciana Napchan. Alain Fleischer, Jean Louis Garnell, Dominique Auerbacher, Florence Paradeis e François Méchain estão entre os franceses. Brasileiros Costi, 35, conceituou todo seu trabalho em cima da fusão da fotografia com as artes plásticas. Registrou objetos, como flores, bananas e bolas, dentro de uma estrutura de alumínio. Criou então uma instalação e a transformou em um exercício do olhar, ao revalorizar imagens banais e esquecidas. Renata Castello Branco, 40, trabalha as imagens de forma a dar a elas uma impressão pictórica. As tomadas feitas na China estão aplicadas sobre panos de seda, montados em quatro totens retro iluminados, destacando a textura do artesanato. O que interessa a Cássio Vasconcellos, 30, é a força das imagens, contida entre o limiar da fotografia e do imaginário. Sua participação é marcada pelo trabalho com filmes instantâneos, trazendo figuras de cavalos obtidas de uma tela de TV. Chris Bierrenbach, 31, digitalizou imagens de fotos 3 X 4 e criou negativos e positivos, que foram montados em uma estrutura transparente. As obras podem ser vistas dos dois lados, e a linguagem plástica permanece na simbologia das imagens, não deixando de preservar as referências fotográficas. Franceses Alain Fleischer, 52, é o destaque da mostra francesa com a série "Exibição". São fotos tiradas à noite, que misturam clichês pornográficos projetados na parede de seu quarto de hotel. "A mostra é um diálogo estimulante entre os artistas que não se submetem às normas, e que ousam transgredir e enfrentar limites da fotografia", diz o curador Eduardo Muylaert. André Rouillé, 48, curador francês, diz que, durante muito tempo, a fotografia foi relegada às funções práticas e utilitárias. "Hoje, ela é tentada pela arte, e está envolvida em experiências de transgressão dos seus limites anteriores: os da documentação". No sábado e domingo, dias 6 e 7, às 15h, Rouillé faz com François Méchain palestras sobre a fotografia como suporte para a arte contemporânea. Exposição: Nos Limites da Fotografia Onde: Sesc Pompéia (r. Clélia, 93, tel. 011/864-8544, zona oeste de S. Paulo) Quando: hoje, às 20h; ter a sex, das 9h às 21h; sáb e dom, das 9h às 20h; até 28 de julho Entrada: franca Texto Anterior: Programa terá novos quadros Próximo Texto: 'Cinco Vezes Comédia' faz humor em esquetes Índice |
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