São Paulo, quinta-feira, 4 de julho de 1996
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Barcelona ressalta arquitetura da luz

VANDER SÁVIO LEMES DA SILVA
FREE-LANCE PARA A FOLHA, EM BARCELONA

O rei Juan Carlos 1º inaugurou na manhã de ontem, em Barcelona, o 19º Congresso da União Internacional de Arquitetos (UIA).
Além de debates e seminários, que se estenderão de hoje até o sábado, o evento é marcado por inúmeras mostras, como a "Light Construction: Proyectos", no Museu de Arte Contemporânea de Barcelona.
Trata-se de uma mostra organizada pelo MoMA de NY que explora a arquitetura da leveza e da transparência por meio de edifícios de aspecto intangível e estruturas escultóricas, incluindo 36 projetos de dez países, com 14 maquetes.
Os projetos revelam as propriedades estéticas de materiais translúcidos, como vidro, plástico, tela metálica, alabastro fino empregados na construção da poesia da luz.
Há vários tipos de vocabulário presentes, desde os mais sóbrios e clássicos, como é o caso de Rem Koolhaas, em suas "duas casas com pátio" (Rotterdam, 1991), que se mantém compatível com o conceito moderno de Mies van der Rohe, até os mais metamorfoseados como o projeto de Frank Gehry para o Museu de Arte Frederick R. Weisman (Minneapolis, 1993).
É louvável a complexidade visual conseguida por Jean Nouvel na Fundação Cartier de Arte Contemporânea (Paris, 1994), um edifício diáfano de grande transparência que o ajuda a integrar-se aos jardins que o rodeiam, configurando uma relação ambígua de dentro-fora.
A maior parte dos projetos deixa patente o abuso do vidro, denunciando as condições climáticas dos países que permitem este vocabulário.
Há quem prefira o cobre, como Hezog e de Meuron, no Centro de Controle Ferroviário Auf dem Wolf (Basiléia, Suíça, 94). Este é um edifício cúbico totalmente revestido de lamelas de cobre que permite a entrada de luz por meio de um giro axial das lamelas. Com um jogo de luz fraco, o projeto não guarda muita relação com os demais edifícios apresentados.
Pode-se conferir o rigor técnico de arquitetos como Grinshaw, no seu espetacular Terminal Internacional de Waterloo (Londres, 1993); Norman Foster e seu Centro de Promoção Industrial de Duisburg (Alemanha, 1993), ou então Renzo Piano, com o Aeroporto Internacional de Kansai (Osaka, 1994). Vale ainda ressaltar as obras euclidianas Toyo Ito e de Seven Holl.

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