São Paulo, sexta-feira, 5 de julho de 1996 |
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Surgimento de 'fatos novos' é contestado
LUCAS FIGUEIREDO
"Nada importante foi levantado nas exumações, a não ser alguns detalhes. O que está havendo é uma valorização do caso", disse ontem à Folha o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Legal, Anelino Resende. Resende fez parte do grupo coordenado por Palhares que esteve em Maceió esta semana para investigar a morte de PC e da namorada. Ele presenciou a exumação. Para o legista, outro questionamento feito pelo técnico da Unicamp também não seria suficiente para mudar o rumo do caso, que até agora é encarado pela polícia alagoana como homicídio seguido de suicídio. Ausência de sangue A dúvida levantada por Palhares se refere a ausência de gotículas ou golfadas de sangue saindo pela boca, nariz e ouvidos, o que é comum acontecer em casos de morte por hemorragia interna. "No campo da medicina legal, pode-se divagar um pouquinho", afirmou Resende. Segundo ele, a exumação dos corpos do casal permitem dizer somente que o empresário foi assassinado, mas não pode levar à conclusão de que Suzana se matou ou foi morta. "Ela levou um tiro com uma arma a uma distância de aproximadamente 5 cm. A medicina legal não tem elementos para dizer se o gatilho foi apertado por ela ou por outra pessoa", disse. Legistas alagoanos que participaram das autópsias também questionaram o misterioso "fato novo" levantado por Palhares. "O doutor Badan Palhares vai confirmar o trabalho feito pelos legistas de Alagoas", disse o diretor do IML (Instituto Médico Legal) de Maceió, Marcos Peixoto. Enquanto o técnico da Unicamp disse que existem 50% de chances de Suzana ter se matado, Peixoto afirmou que só resta 1% de dúvida sobre o seu suicídio. Gerson Odilon e José Lopes, outros dois legistas alagoanos que participaram das duas autópsias, negaram que a exumação tenha revelado dados que possam alterar as conclusões anteriores. "Badan Palhares tem de confirmar o que foi feito pelos legistas de Alagoas", afirmou Odilon, responsável pelos laudos das mortes de PC Farias e Suzana. Texto Anterior: PF avaliza o trabalho da polícia alagoana Próximo Texto: As frentes de investigação Índice |
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