São Paulo, sexta-feira, 5 de julho de 1996 |
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'Chefão' passa completo
INÁCIO ARAUJO
Os outros dois passam nos dias 12 e 19. O importante é a oportunidade de ressituar, numa tacada, essa história que, primeiro, apareceu como o drama de uma família mafiosa e, com o tempo, mostrou-se, cada vez mais, a tragédia de um homem só: Michael Corleone. Michael (Al Pacino), começa aqui como o herói de guerra, o filho destinado a "ficar fora dos negócios". Com o pai em perigo, e com o irmão mais velho mostrando-se um chefe limitado, Michael inicia sua trajetória implacável e errática. Se sabe o que quer (preservar a família, seja qual for o custo), Michael se mostrará dividido. Não quer viver no crime. Mas, o que é o mundo "normal", dos negócios lícitos, senão uma variedade legalizada do universo mafioso? Essa pergunta o perseguirá de maneira cada vez mais implacável. Quanto mais tira a cabeça para fora, mais Michael sente o ar irrespirável. Coppola inicia aqui a maior série do cinema moderno. Vai do romântico ao trágico, abordando todas as formas paradoxais que a crueldade assume. A palavra-chave pode ser amor, ódio, lei, afeto, ressentimento etc. Não importa: o leque é amplo, e em momento algum Coppola perde-se nele. (IA) Texto Anterior: CLIPE Próximo Texto: Thomas apresenta seu 'work in progress' Índice |
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