São Paulo, domingo, 7 de julho de 1996
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Piloto investe R$ 20 mil na formação

LUCIANA BENATTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O crescimento da frota de helicópteros no Brasil (foram registrados 30 até junho, contra 45 durante todo o ano passado, totalizando 592 em operação) já começa a ter reflexos no mercado de trabalho.
Apesar das boas perspectivas profissionais, quem planeja ingressar na carreira de piloto de helicóptero deve saber que o sucesso está diretamente relacionado à disponibilidade financeira.
Para se tornar profissional, o aluno deve cumprir, no mínimo, as cem horas de vôo exigidas pelo DAC (Departamento de Aviação Civil). Como a hora de vôo custa em média R$ 200, só nessa parte do curso ele desembolsará R$ 20 mil.
Alexandre Alcazas Martin, 25, acaba de concluir os cursos teóricos de piloto privado e comercial: "É puxado. Passava de oito a nove horas por dia só estudando".
Sua única preocupação agora é o investimento nas horas de vôo -em média, R$ 1.000 por semana. "Já vendi um telefone. Agora estou contando com a ajuda financeira do meu irmão, dentista, que já pensa em vender o carro."
A carreira de sucesso de Francisco Eduardo Monteiro Cardoso, 27, piloto da Riana Táxi Aéreo, que presta serviços à Rede Globo, também teve a colaboração da família.
Em 88, ele ganhou do pai um avião para fazer vôos panorâmicos no litoral norte de São Paulo. Em 92, passou a pilotar helicópteros. Trabalhou para um empresário e para uma empresa de táxi aéreo.
Segundo Marcos Braga, 34, piloto e gerente de operações da Civil Air, a quantidade de helicópteros aumenta cerca de 30% ao ano em São Paulo e 12% ao ano no Brasil.
"Hoje a aviação executiva está em alta." Para ele, dois fatores são responsáveis por esse crescimento: a necessidade de economizar tempo e a segurança proporcionada por esse meio de transporte.
Celeste Santini, 35, gerente da EWM Aviation Ground School, confirma que São Paulo está oferecendo mais oportunidades para pilotos. "Mas o tempo que o aluno vai investir para se tornar um profissional depende quase só da disponibilidade financeira dele."

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