São Paulo, quinta-feira, 11 de julho de 1996
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Covas conquista apoios para Serra

DA REPORTAGEM LOCAL

Surpreendido por uma manifestação de 3.500 sem-teto que foram ao Palácio dos Bandeirantes, o governador Mário Covas (PSDB) promoveu ontem uma tarde de promessas e ganhou apoios para a candidatura de José Serra à Prefeitura de São Paulo.
Reunidos no salão do Palácio dos Bandeirantes, os sem-teto começaram sua manifestação gritando palavras de ordem para cobrar benefícios como luz elétrica e asfalto. Deixaram o local aplaudindo o governador.
Cleusa Ramos, presidente da Associação dos Trabalhadores Sem Terra de São Paulo, da região oeste da cidade, abriu a reunião dizendo que fez campanha para Covas se eleger. "Vamos decidir nesse encontro se o Covas é nosso amigo ou não", disse ela.
Reivindicações
O governador atendeu parte das reivindicações. Pediu a Eduardo Coelho, diretor da Eletropaulo, que desse um desconto de 60% para a instalação de luz nos 13 assentamentos do movimento.
Além disso, colocou à disposição da entidade um engenheiro, cinco arquitetos, um advogado e dez mestres-de-obras. Ele também marcou uma reunião com a Secretaria de Meio Ambiente para o encaminhamento da regularização de uma área que a Associação comprou próxima ao Pico do Jaraguá, na zona oeste.
Ao final do encontro com esses supostos eleitores, Covas perguntou se ainda estava "inadimplente". A platéia respondeu "não" em coro.
Ao final do encontro, Cleusa Ramos disse que pretende trabalhar na campanha de José Serra, que seria "o candidato menos pior à disposição".
O movimento esforça-se para não se confundir com o Movimento dos Sem Terra, ligado ao PT. Eles dizem que a maior diferença é que eles compraram suas terras e não invadem terrenos. Os sem-teto têm três candidatos a vereador, ligados ao PMDB.
Durante a reunião, o movimento apresentou ao secretário da Casa Civil, Robson Marinho, um documento assinado pelo presidente da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano, Goro Hama, no qual insinua-se que o movimento não apresenta documentações de quitação da propriedade aos seus associados.
"Eles não têm como apresentar isso, porque muitos dos terrenos que eles compram estão em situação irregular", disse Hama. Para questionar isso, a líder do movimento fez questão de dizer ao governador que "nós não somos imobiliária disfarçada ou não conseguiríamos reunir tanta gente".

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