São Paulo, quinta-feira, 11 de julho de 1996 |
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Time olímpico teme furacão nos EUA ARNALDO RIBEIRO ARNALDO RIBEIRO; MARCELO DIEGO
A ameaça de um furacão atingir a cidade de Miami, nos EUA, onde o Brasil irá disputar a primeira fase da Olimpíada, assusta jogadores e comissão técnica da seleção. Eles ficaram sabendo, por meio da reportagem da Folha, que o furacão "Berta" -que chegou a alcançar 170 km/h- pode passar hoje por Miami (Flórida, sul dos EUA), caso não desvie para a Carolina do Norte (leste dos EUA). Além disso, a meteorologia prevê uma série de outros tornados na região da Flórida neste mês. A seleção brasileira embarca nesta noite para os EUA, e as três primeiras partidas da equipe nos Jogos Olímpicos de Atlanta estão confirmadas para os próximos dias 21, 23 e 25, em Miami. A cidade já está se preparando para receber os furacões nesta época do ano. Trauma Na delegação da seleção olímpica, o mais "apavorado" com a ameaça dos furacões é o treinador Mario Jorge Zagallo. Talvez porque já tenha passado por uma experiência "traumatizante" com tufões, quando ele e o ex-jogador Rivelino trabalhavam juntos no futebol árabe. "Estávamos treinando em pleno deserto. De repente, o Rivelino percebeu a chegada do furacão, com toda a areia subindo ao longe. Em poucos segundos, não se via nada no campo. Foi pavoroso", contou Zagallo. "Eu me atirei ao chão, como os árabes indicaram, e cobri minha cabeça com uma camisa", disse o técnico, em Florianópolis, onde a seleção enfrentaria a Dinamarca ontem à noite em amistoso. "Depois, fiquei sabendo que o Rivelino correu para se esconder dentro de um carro até a ventania toda passar", acrescentou. Recentemente, Zagallo assistiu o filme "Twister" (Tornado), produzido por Steven Spielberg, que aborda um estudo sobre o fenômeno dos furacões. "Fiquei mal no cinema. Voltaram todas as lembranças daquela experiência na Arábia Saudita." Zagallo disse que, no Oriente Médio, "não teve vaca e tratores voando pelos ares, como foi mostrado no filme". Indecisão Os jogadores da seleção olímpica também ficaram assustados com a possibilidade de um furacão passar por Miami. "Não saberia o que fazer na hora. Se todos pulassem no chão, eu pularia também", disse o lateral-esquerdo Roberto Carlos, que atua na Inter de Milão (Itália). O jogador afirmou que, "se todos corressem, correria também". "Peço a Deus para o furacão desviar seu curso. Se ele passar mesmo pela cidade, já era. Eu não sei voar"', disse o meia defensivo Amaral, que também atua na Itália, mas no Parma. "Deus é brasileiro e não vai deixar isso acontecer", completou. Para o também meia defensivo Flávio Conceição, do Palmeiras, o único furacão que vai atravessar Miami é a seleção brasileira. "Vamos sacudir e fazer tremer aquele lugar. Talvez seja esse o temor deles", disse, referindo-se aos adversários. Colaborou Marcelo Diego, da Redação Próximo Texto: Zagallo quer comando em 1998 Índice |
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