São Paulo, quinta-feira, 11 de julho de 1996
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Ministro argentino sai após ser acusado de ataque anti-semita

Rodolfo Barra sofre pressão e deixa a pasta da Justiça

DANIEL BRAMATTI
DE BUENOS AIRES

O ministro da Justiça da Argentina, Rodolfo Barra, renunciou ao cargo ontem à noite, três dias depois da publicação da denúncia de que participou de um atentado a uma sinagoga na década de 60.
O presidente Carlos Menem indicou para o cargo o atual secretário da Justiça, Elías Hassan.
A pressão contra a permanência de Barra no ministério se intensificou na tarde de ontem, quando três entidades representativas da comunidade judaica convocaram uma marcha de protesto para a próxima segunda-feira.
A denúncia, publicada no jornal "Página 12", teve repercussão internacional. O Centro Simon Wiesenthal, organização que "caça" os criminosos nazistas, sediada nos Estados Unidos, enviou um protesto formal a Menem.
Como titular da Justiça, Barra era o responsável pela investigação dos dois maiores atentados já cometidos na Argentina, ambos contra alvos judaicos: contra a embaixada de Israel em Buenos Aires e contra a sede da Amia. Os culpados não foram descobertos.
Os protestos contra o ministro começaram há duas semanas, quando a revista "Notícias" revelou suas ligações com o grupo de extrema direita Tacuara durante a sua juventude.
O grupo era abertamente anti-semita. Em uma carta aberta, Barra afirmou que havia cometido um "erro de juventude".
Durante um encontro com representantes da Daia (Delegação de Associações Israelitas Argentinas), confessou dupla discriminação: disse que foi levado a crer que todos os judeus eram comunistas, "como Lênin e Trótski".

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