São Paulo, sexta-feira, 12 de julho de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Holding do Bamerindus poderá ter sócio
CARI RODRIGUES
A Bamerindus Administração e Participações, controladora do banco do senador José Eduardo de Andrade Vieira (PTB-PR), ex-ministro da Agricultura, poderá ter sócio, de preferência estrangeiro. A reforma patrimonial tem o objetivo de aumentar o capital do banco. Um sócio estrangeiro também facilitaria a obtenção de linhas de crédito no exterior para aplicar em novos financiamentos no mercado interno. A Bamerindus Seguradora também passará por uma reforma patrimonial. A alternativa, segundo apurou a Folha, seria a cisão. A idéia é possibilitar o equilíbrio de ativos (créditos a receber) e passivos (dívidas e compromisso a cumprir com os clientes). Andrade Vieira disse à Folha que não descarta a incorporação ou aquisição de algum banco. "Sempre fomos atuantes. Até hoje, o Bamerindus já adquiriu 80 bancos." Caso comprasse um banco sob intervenção, liquidação ou regime de administração especial do BC, o Bamerindus poderia dar como garantia R$ 1,4 bilhão que possui em FCVS (Fundo de Compensação das Variações Salariais) e obter uma linha do Proer (programa de ajuda aos bancos). Quem está encaminhando as negociações com a equipe econômica é o ex-presidente da Companhia Siderúrgica Nacional, Marcos Jacobsen, homem de confiança de Andrade Vieira. A Inpacel, empresa do ramo de celulose do grupo Bamerindus, também está a procura de um sócio, apurou a Folha. Ele também deve ser estrangeiro, facilitando o lançamento dos produtos da empresa no mercado externo. A carteira de crédito imobiliário do Bamerindus, no valor de R$ 2,3 bilhões, pode ser vendida total ou parcialmente à Caixa Econômica Federal. A Folha apurou que técnicos já avaliam a carteira imobiliária do banco de Andrade Vieira. O senador disse que a CEF pode receber recursos do Proer para adquirir a carteira de crédito imobiliário do Bamerindus sem a necessidade de transferir seu controle acionário. Circular do Banco Central, que define o acesso ao Proer, diz que recursos podem ser liberados quando forem assumidos "direitos e/ou obrigações" de outras instituições. Existem opiniões divergentes dentro do BC, embora o presidente da instituição, Gustavo Loyola, tenha negado ontem a divisão da diretoria quanto à possibilidade de liberar recursos do Proer para viabilizar a compra da carteira de crédito do Bamerindus pela CEF. Texto Anterior: SP conquista maior feira de 'surfwear' Próximo Texto: Banco já prepara ação por difamação Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |