São Paulo, terça-feira, 16 de julho de 1996 |
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Greve pára 80% dos navios em Santos FAUSTO SIQUEIRA FAUSTO SIQUEIRA; CRISTIANE PERINI LUCCHESI
A greve dos motoristas e trabalhadores em guindastes e empilhadeiras da Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo), iniciada na manhã de ontem, só permitiu a operação de 20% dos navios atracados no porto de Santos (72 km a sudeste de São Paulo). Segundo a Codesp, responsável pela administração do porto, 7 dos 35 navios atracados no cais da estatal conseguiram movimentar cargas pois não dependiam dos serviços dos grevistas. Nas demais embarcações, a paralisação impediu o movimento de embarque e desembarque. Nos terminais privativos (operados por empresas particulares), os seis navios atracados funcionaram. Para a noite de hoje estão marcadas assembléias dos operários e dos funcionários administrativos, as duas maiores categorias entre os cerca de 5.500 portuários de Santos. As assembléias vão decidir sobre a adesão à greve. Reajuste Os trabalhadores reivindicavam reajuste salarial de 18% a partir de 1º de junho. Os sindicatos dos operários portuários e dos funcionários administrativos aceitaram 11,34% em agosto, abono de R$ 400 em junho -data-base dos trabalhadores do porto- e de mais R$ 400 em julho, oferecidos pela Codesp. Os guindasteiros e rodoviários rejeitaram a proposta. Apesar do acordo com parte dos portuários, a Codesp não pôde manter a proposta porque o Ministério dos Transportes, ao qual a empresa é subordinada, autorizou reajuste de, no máximo, 10,5%. Para definir se o índice de 10,5% será também aceito, os funcionários da administração e os operários realizam assembléia hoje. O Sindicato dos Operários Portuários defende a aceitação da nova proposta. "Achamos que não vale a pena se desgastar, entrar em greve, por uma diferença tão pequena, de 11,34% para 10,5%", disse Valter Leite Santana, vice-presidente da entidade. Ele afirmou que, caso os operários recusem os 10,5%, haverá mesa redonda na Ministério do Trabalho. "Daí teremos de parar para fazer valer a proposta anterior, de 11,34%", disse. Ontem, os sindicatos de guindasteiros e rodoviários entraram com pedido de julgamento do dissídio coletivo no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, em São Paulo. Prejuízo Com a greve, a Codesp estima que deixa de arrecadar por dia R$ 1,6 milhão em taxas. Colaborou CRISTIANE PERINI LUCCHESI, da Reportagem Local Texto Anterior: Volkswagen prevê exportar US$ 4 bilhões até o ano 2000 Próximo Texto: Mesbla fecha acordo com 70 fornecedores Índice |
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