São Paulo, terça-feira, 16 de julho de 1996
Texto Anterior | Índice

Brasil é 39 anos mais velho que o Japão

MÁRIO MAGALHÃES
MARCELO DAMATO

MÁRIO MAGALHÃES; MARCELO DAMATO
ENVIADOS ESPECIAIS A MIAMI

Técnico japonês optou por não levar jogadores nascidos antes de 73; Zagallo diz que experiência é um trunfo

Primeiro adversário do Brasil na Olimpíada, a seleção japonesa de futebol é uma equipe mais jovem, menos experiente, menor, mais leve e com menos ambições no torneio.
A partida será domingo, no Orange Bowl, em Miami, cidade do sul dos EUA, aonde a seleção brasileira chegou ontem à tarde.
A delegação está hospedada no hotel Biltmore, num município vizinho, Coral Gables.
Fundado em 1926, o hotel, com design de castelo, rompeu a tradição e hasteou outra bandeira que não a norte-americana: a do Brasil.
Diferentemente do que costuma ocorrer em jogos com seleções européias e sul-americanas, o Brasil também terá vantagem física sobre os japoneses.
Somando os 18 jogadores de cada país, os brasileiros são 39 anos mais velhos (411 contra 372 anos), 65 kg mais pesados (1.312 kg contra 1.247 kg) e 0,54 m maiores (32,33 m contra 31,79 m).
Os dados se referem à idade dos atletas no início da Olimpíada.
A razão principal da diferença etária foi a opção do Japão de convocar só atletas nascidos a partir de 1973, desprezando os três com idade livre, previstos pela regra.
"Os jogadores e a torcida do Japão esperam apenas não sofrer uma goleada de uns 5 a 0", disse o atacante Kazu, astro do futebol japonês.
Em contraste com o técnico Akira Nishino, sem "veteranos", o técnico Zagallo destaca a presença de Aldair, 30, e de Bebeto, 32, como grande trunfo.
Zagallo disse acreditar que a diferença física sobre o Japão -e a inferioridade em relação a outros times- seja secundária.
"A técnica sempre se impõe sobre a força e a experiência será um fator decisivo."
O "espião" Jairo dos Santos está assistindo e filmando jogos da seleção japonesa. Nesta semana, ele fará um relatório para Zagallo.
Três brasileiros não conseguiram se credenciar para a Olimpíada, ontem à tarde, em Miami.
O atacante Bebeto e o zagueiro Ronaldo estavam sem os passaportes, que haviam sido deixados em suas malas. Marcelinho Souza não tinha o nome na relação oficial, porque fazia parte da lista extra de quatro jogadores. Os três devem ser credenciados hoje.
Apesar dos quatro pontos no supercílio, Flávio Conceição treina hoje. Uma cotovelada de Klinsmann, anteontem, causou o corte.

Texto Anterior: Edinanci nega já ter feito exame médico
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.