São Paulo, quarta-feira, 17 de julho de 1996
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Jales espanta a crise com safra recorde

CLÁUDIA LACERDA
DA FOLHA NORTE

Produtores de uva de Jales (580 km a noroeste de São Paulo) devem comprovar nesta safra que a crise no campo passou longe dos parreirais da região.
Os 11 municípios da região iniciaram, na semana passada, a colheita recorde de uva fina.
A safra deve render 19,5 mil t da fruta, 38% a mais do que em 94 e 27% superior à safra de 95.
Aos preços de hoje, na entressafra da uva produzida no Rio Grande do Sul e nos Estados do Nordeste, a safra renderia R$ 26 milhões.
A caixa de 7,5 kg de uva benitaka está cotada a R$ 14; a de uva itália, a cerca de R$ 12.
A delegada agrícola de Jales, Neli Meneghini Nogueira, diz que nos últimos dois anos entraram em produção mais 60 mil pés. A área plantada saltou 13% no período, passando de 810 ha para 930 ha.
Para Neli, a safra recorde deste ano comprova a ousadia dos produtores da região em substituir a produção de café por uva.
Levantamento da Delegacia Agrícola de Jales revela que em 13 anos o número de pés de café na região caiu de 26,7 milhões para 5,56 milhões.
O plantio da uva garantiu aumento de pelo menos 50% na renda das pequenas propriedades (até 50 ha), que representam 85% da área agrícola da região.
O investimento inicial varia entre R$ 20 mil e R$ 40 mil, segundo a Cooperativa de Jales. O retorno leva em média três anos.
José Roberto Oliver, 36, vai dobrar este ano a colheita, passando de 3.000 caixas para 6.000 caixas.
Ele aumentou em 7.000 m2 a sua área plantada, atingindo 2 ha.
Oliver iniciou sua produção em 90, após ter arrancado 49.400 pés de café. Aplicou o dinheiro da venda de dez cabeças de gado.

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