São Paulo, quarta-feira, 17 de julho de 1996
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Vieira tenta manter o Bamerindus

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A diretoria do Banco Central e o representante do Banco Bamerindus, Marcos Jacobsen, passaram a tarde de ontem reunidos. Entre as negociações para fazer a reforma patrimonial, estava a condição de que não haverá intervenção.
Não estava descartada uma solução que pudesse manter nas mãos do ex-ministro da Agricultura e senador José Eduardo de Andrade Vieira (PTB-PR) uma parcela do controle acionário do banco.
Uma saída seria vender parte do Bamerindus para outra instituição financeira, permitindo uma administração compartilhada.
A proposta de Vieira era fazer uma reforma patrimonial do Bamerindus, com venda de uma parte da seguradora.
A carteira de crédito imobiliário seria vendida à CEF. Também seria reduzido à metade o tamanho da carteira de crédito rural (de R$ 600 milhões para R$ 300 milhões).
As negociações com a CEF se tornaram difíceis por causa da necessidade de liberação de recursos do Proer (programa oficial de socorro aos bancos), que tornaria obrigatória a transferência do controle acionário do Bamerindus.
Até as 19h não havia qualquer informação oficial sobre o desfecho das negociações. Durante todo o dia foi intensa a troca de telefonemas entre técnicos do Ministério da Fazenda, BC e o Planalto.
Pela manhã, o presidente do BC, Gustavo Loyola, e o da CEF, Sérgio Cutolo, estiveram no Palácio do Planalto para discutir uma solução para o Bamerindus.
Jacobsen deixou a casa do senador às 8h45 para um encontro com Gustavo Loyola, no BC. Às 16h, a assessoria de imprensa do BC negou que fosse divulgada uma nota conjunta, assinada em conjunto com o Bamerindus. A informação sobre a divulgação nota circulava no mercado financeiro.
O problema do Bamerindus já poderia ter sido resolvido com base na MP (medida provisória) que deu mais poderes ao BC. Só não houve solução mais rápida porque a saída deve ser política.

LEIA MAIS sobre o Bemerindus na pág. 2-6

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