São Paulo, quinta-feira, 18 de julho de 1996
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Filme "Barb Wire" usa estética de HQ

PATRICIA DECIA
DE NOVA YORK

Depois de cinco capas da revista "Playboy", a fama de Pamela Anderson Lee, 29, chegou a Hollywood.
Mais loura do que nunca, com um generoso implante de silicone nos seios e vestida em couro preto, ela estrelou o filme "Barb Wire" (nome da personagem de Lee, uma abreviação de arame farpado).
Uma aventura futurística com estética de história em quadrinhos, "Barb Wire" foi escrito, produzido e dirigido com o objetivo de agradar garotos de 14 anos loucos por Pamela Lee.
Em entrevista a uma rede de televisão norte-americana, a própria atriz admitiu que o roteiro é quase uma desculpa para sua atuação. "É um filme de ação e eu sou a heroína", resumiu.
Em 2017, os Estados Unidos passam por sua segunda guerra civil. O exército ocupou todo o país, exceto o território neutro de Steel Harbor.
Lá, Barb Wire é a dona de bar que reencontra um ex-namorado e passa a liderar a resistência, montada em uma potente motocicleta. Para derrotar seus inimigos, ela conta ainda com a ajuda de um xerife oportunista.
Não há limite para a exposição dos dotes físicos de Lee. Já nos primeiros 20 segundos de filme, seus "novos seios" (reforçados pela plástica), são apresentados à platéia.
Como todo herói de ação que se preza, Barb Wire tem uma frase que a acompanha: "Don't call me babe", ou, em tradução livre, "não me chame de boneca".
O mote é proferido toda vez que a virtude da heroína é ofendida, e vem acompanhado de alguma reação física, como um chute -de bota de salto alto- no ofensor.
Cenas de nudez e violência fizeram com que o filme obtivesse classificação "R" da indústria norte-americana. Isso significa que os garotos de 14 anos só puderam ver a estrela acompanhados de um adulto.
Esse foi mais um motivo para o fracasso na arrecadação do filme, dirigido por David Hogan. A crítica norte-americana também não foi nada favorável. Para a imprensa dos EUA, a vida de Pamela Lee parece interessar muito mais do que sua atuação.
(PD)

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