São Paulo, sábado, 20 de julho de 1996 |
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Câmara vota acumulação de cargos
DENISE MADUEÑO
Uma das propostas vai permitir que deputados e senadores acumulem seus mandatos com o de vice-prefeito, vice-governador ou vice-presidente. O autor da emenda, deputado Silvio Abreu (PDT-MG), é candidato a vice-prefeito de Juiz de Fora. A Constituição proíbe que os parlamentares sejam titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo (artigo 54). Deputados e senadores têm de optar entre o mandato parlamentar e o de vice de cargos executivos. Segundo a proposta, o parlamentar apenas terá de se licenciar do mandato de deputado ou de senador ao assumir o cargo no caso do afastamento do titular. Votação O projeto deverá ser votado na próxima terça-feira na comissão especial da Câmara, instalada no dia 18 do mês passado. A emenda não recebeu emendas e entrou na pauta da convocação extraordinária do Congresso, definida pelo presidente Fernando Henrique Cardoso e pelos líderes governistas. O relator, deputado Luciano Pizzato (PFL-PR), deu parecer favorável ao projeto. Ele considerou que o detentor de mandato de vice não exerce cargo ou função, ocupando posição de reserva. "A titularidade consiste na expectativa do eventual exercício interino do cargo. Logo, sua titularidade é vazia", afirmou Pizzato. O deputado Silvio Abreu disse que apresentou o projeto em setembro do ano passado, quando não se tratava ainda das candidaturas para essas eleições. "O objetivo é unicamente institucional, de cunho democrático, não deve ser entendido como pessoal", disse. Em fase mais adiantada, o projeto que altera a proibição de candidaturas de familiares de ocupantes de cargos eletivos está pronto para ser votado pelo plenário. Familiares A proposta pretende excluir os cunhados de governadores, prefeitos e presidente da República da proibição de se candidatar. O projeto beneficia diretamente o deputado Edson Queiroz (PPB-CE), candidato a prefeito de Fortaleza, cunhado do governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB). A assessoria do deputado informou que Queiroz não conta com a aprovação da emenda para garantir sua candidatura. O deputado teria sido informado por advogados que a questão jurídica pode ser resolvida no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e no STF (Supremo Tribunal Federal). Texto Anterior: TIROTEIO Próximo Texto: Rossi diz que criará 'kit-desemprego' Índice |
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