São Paulo, sábado, 20 de julho de 1996
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Portella assume Biblioteca Nacional

RONI LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

Ex-ministro da Cultura no governo João Figueiredo e membro da ABL (Academia Brasileira de Letras), Eduardo Portella tomou posse ontem na presidência da Fundação Biblioteca Nacional, no centro do Rio de Janeiro.
Portella substitui o poeta Affonso Romano de Sant'Anna, demitido do cargo pelo ministro da Cultura, Francisco Weffort. O poeta havia classificado a decisão do ministro de autoritária, acusando-o de praticar "uma censura".
Presente à posse de Portella, o ministro da Cultura afirmou que não via a questão dessa forma. Para Weffort, houve no caso "um desentendimento administrativo", que acabou criando "uma crise de confiança" entre os dois.
Sant'Anna foi demitido em meio a uma crise aberta pela assessora Eliana Yunes, que em entrevista afirmara que, devido a cortes no orçamento do ministério, projetos importantes da biblioteca seriam paralisados.
Segundo Sant'Anna, o ministro quis que ela escrevesse uma carta se retratando do que considerou uma crítica a sua administração. Yunes teria escrito uma carta que não agradou ao ministro. Sant'Anna a defendeu e foi exonerado.
Weffort afirmou ontem que ele, como ministro, pode ser demitido pelo presidente da República "a qualquer hora" -assim como o ministro pode exonerar um funcionário do ministério que ocupe um cargo de confiança.
"Uma vez funcionando critérios diferentes lá e cá, não pode haver um equilíbrio administrativo correto", afirmou Weffort. Em seu discurso, Portella disse que procurará manter "uma íntima conexão com o ministro e o governo".

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