São Paulo, sábado, 20 de julho de 1996
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Investigador vê 'ato criminoso'

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O responsável máximo pelas investigações da explosão do vôo TWA 800, Robert Francis, da Conselho Nacional de Segurança de Transporte, disse ontem que a possibilidade de ela ter sido "um ato criminoso é muito clara".
Embora algumas das hipóteses levantadas na véspera, como a de que o avião foi derrubado por alguém usando um lança-mísseis portátil, tenham sido descartadas (o Jumbo estava 1.200 metros acima da capacidade de alcance desse tipo de arma), outras mais plausíveis foram levantadas.
O advogado Lee Kriendler, representante de familiares das vítimas do vôo Pan Am 103, sugeriu que uma bomba pode ter sido embarcada por um vôo de conexão.
No caso do Pan Am 103, a bomba foi embarcada num vôo de Malta para Nova York via Londres. A pessoa que a embarcou não seguiu para Nova York.
O vôo Pan Am 103 atrasou, como o TWA 800, o que impediu que a bomba explodisse no meio do oceano Atlântico, o que teria dificultado muito a apuração do incidente. Kriendler diz que o mesmo pode ter ocorrido agora.
A TWA tem se recusado a responder perguntas de jornalistas sobre a possibilidade de que alguma bagagem embarcada em vôos de conexão em outras cidades dos EUA ter sido embarcada em Nova York com destino a Paris sem que o passageiro responsável por ela estivesse a bordo.
As hipóteses de acidente continuam em baixa. Os casos de queda de Boeing-747 não ocorreram depois de o avião rachar e queimar, como aconteceu com o da TWA.
Um tipo de problema que chegaria perto de causar um acidente semelhante à explosão da quarta-feira foi provocado por um defeito de concepção do Boeing-747, corrigido há anos pela Boeing, que podia deixar as turbinas frouxas e fazer com que uma delas se soltasse.
Mas o Boeing-747 é capaz de voar até com uma só das quatro turbinas e, numa situação como essa, teria sido possível retornar ao aeroporto, distante apenas cerca de 115 km do local do acidente.
Outra possibilidade praticamente eliminada é a de um choque com um avião pequeno. Embora anteontem houvesse suspeitas sobre um possível sinal misterioso nos radares do aeroporto John F. Kennedy perto do vôo 800 na hora do acidente, o Pentágono afirmou, depois de ter examinado a gravação dos radares, que ele era um "falso sinal" e que não representava nem um avião nem um míssil, como se chegou a supor.
(CELS)

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