São Paulo, domingo, 21 de julho de 1996
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Doença de garota apavora os pais

Pneumonia mata mais crianças entre 1 e 4 anos

RICARDO FELTRIN; BETINA BERNARDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Paola Caccioli tem 2 anos e 7 meses. Há cerca de um mês, ela começou a ter febre. Os pais pensaram que era uma simples gripe. Quatro depois souberam: Paola estava com pneumonia.
Carlo Caccioli, pai de Paola, se surpreendeu ao saber que broncopneumonia é a doença que mais mata crianças entre 1 e 4 anos em São Paulo.
"Não sabia disso e mesmo assim fiquei apavorado com o que aconteceu", disse Caccioli, dono da escola de italiano Marco Polo, em Higienópolis, São Paulo.
"Eu e Denise (mãe de Paola) vimos que ela acordou um dia com febre, estava prostrada, com a carinha triste", lembra o pai.
Decidiram então levar a criança a um médico homeopata.
Durante três dias, seguiram à risca a prescrição do médico. Como a melhora no estado da garota foi pequena, os pais decidiram voltar ao consultório.
Antibióticos
Foram ao Hospital Samaritano. "Lá, Paola fez vários exames e ficamos sabendo que o problema era mais grave." Começou então o "tratamento de choque", com antibióticos.
"Pode parecer incrível, mas, no dia seguinte, ela já estava melhor. Dois dias depois, já estava brincando de novo. Acho que Paola ficou doente de tanto andar descalça, faça chuva, faça sol. Ela detesta sapatos e meias", conta o pai.
Entre consultas e medicamentos, Carlo e Denise gastaram cerca de R$ 400 com o tratamento.
Infecções
A broncopneumonia é responsável por 11,8% das mortes na faixa de 1 a 4 anos de idade, que representam 0,9% do total de 26.256 mortos de janeiro a maio de 96.
Nas causas isoladas, a pneumonia é seguida, nessa faixa etária, pela infecção meningocócica, com 8%, Aids (6,7%) e doenças infecciosas intestinais, com 6,3%.
Saneamento
As doenças infecciosas intestinais já estiveram entre as principais causas de mortalidade no país, duas décadas atrás.
Elas estão relacionadas a fatores do ambiente, como condições sanitárias.
As melhorias na condições de saneamento fizeram com que essas doenças matassem menos e atingissem o patamar atual em cidades como São Paulo.
(RICARDO FELTRIN e BETINA BERNARDES)

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