São Paulo, domingo, 21 de julho de 1996
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Uso de máquina já é considerado gafe

DA REPORTAGEM LOCAL

As empresas já consideram um erro fatal não usar computador para redigir o currículo. "Escrever a máquina já é uma gafe", diz a empresária Cecilia Yoshizawa, 35.
Dona da Improver Desenvolvimento de Negócios, empresa que recebe cerca de dez currículos por semana, ela afirma que se o candidato tiver uma boa caligrafia, é elegante anexar um bilhete a mão.
Ela também detesta capas espalhafatosas. "Recebi um certa vez de muito mau gosto", conta. "Não adianta usar efeitos especiais de computação gráfica ou letras góticas."
Em termos de conteúdo, há alguns tabus. Deve-se ou não incluir pretensão salarial?
"Não que seja gafe colocar, mas a pessoa limita suas chances de ser selecionado", diz Geraldo Tartarelli, 42, diretor da PCF Consultoria e vice-presidente da Aparh (Associação Paulista de Administração de Recursos Humanos).
Excesso de auto-elogios também é perigoso. "Em vez de colocar 'faço e aconteço', o ideal é relatar os resultados de suas ações de forma objetiva", ensina Tartarelli.
Superenfatizar a educação quando não tiver relevância -para um cargo de gerência e diretoria, citar a escola primária, por exemplo- também custa pontos valiosos.
O ideal é incluir apenas os cursos que tenham a ver com a vaga pretendida. Por exemplo, citar o segundo grau técnico, se for para uma vaga técnica na área de interesse do candidato.
Dois pontos negativos no currículo podem eliminar uma pessoa do processo de repente: apresentação ruim (impressão de má qualidade, xerox ou manuscrito) e erros de português.
Perigoso também é aquele feito por terceiros, comum nos serviços de elaboração de currículos. A informação é de Pedro Morbach, 48, da Morbach & Seelaender.
"Causam grande decepção nas entrevistas. A linguagem é diferente da usada pessoalmente. O candidato pode ser eliminado."
"O currículo que também só enumera resultados da pessoa está caindo em desuso", diz Morbach.

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