São Paulo, domingo, 21 de julho de 1996 |
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'Saí das ruas para me proteger da polícia', diz sem-teto
MAURICIO STYCER
"Eles passam e gritam: 'Circulando! Circulando!' Eu só quero ficar sentado na esquina, olhando o movimento. Por que tenho que ficar andando?", pergunta o sem-teto Albert Cooper, 39. "Saí da rua e vim ao abrigo para me proteger da polícia", diz Cooper, enquanto come um sanduíche de presunto e bebe uma Pepsi-Cola no pátio de um abrigo para sem-teto no centro da cidade. Na Atlanta dos excluídos, bebe-se Pepsi -a bebida totalmente excluída da Olimpíada, já que sua maior concorrente, a Coca-Cola, é patrocinadora do evento. Cooper está desempregado e mora nas ruas há quatro semanas, desde que se separou da mulher. "Os Jogos Olímpicos não me dizem nada. Estou preocupado em arrumar um lugar para morar." Mas a Olimpíada também atrai quem mora nas ruas. Michael Ferrell, por exemplo, viajou da Carolina do Sul até a Geórgia atraído pelos Jogos, mas se frustrou. "Queria conhecer a cidade, ver as pessoas, mas um policial já me disse que, se eu ficar na rua, vou ser preso", diz Ferrel, 23. Mais adaptado à vida dos excluídos, Al Cliette, 33, viveu dois meses nas ruas de Atlanta e mora há cinco no abrigo da Union Mission. Vestido com jeans e camisa pólo, walkman na cintura, Cliette hoje ajuda nos trabalhos administrativos do abrigo. (MSy) Texto Anterior: Time depende de 'boa largada' Próximo Texto: Negros são maioria da população excluída Índice |
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