São Paulo, domingo, 21 de julho de 1996
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Em BH, artesãos são o problema

CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Os transtornos provocados por feiras livres, shoppings e estádios aos seus vizinhos próximos não atingem somente os moradores de São Paulo ou do Rio.
Em Belo Horizonte (MG), por exemplo, os moradores do edifício no número 1.456 da avenida Afonso Pena, na região central da cidade, sofrem e reclamam dos incômodos causados por uma feira de artesanato que se realiza em frente ao prédio aos domingos.
A professora Jaqueline Carsalade, 40, moradora do apartamento 402 do edifício, afirma que não consegue continuar dormindo após as 4h de domingo, devido ao barulho dos feirantes.
Paciente carregada
Jaqueline conta que sua mãe, doente, passou mal em um domingo e teve de ser levada às pressas para o hospital.
Como a ambulância não conseguiu parar na porta do edifício, a paciente teve de ser carregada pelos enfermeiros por cerca de 50 metros no meio da multidão.
Carsalade diz que já tentou vender o apartamento, mas, com a desvalorização provocada pela feira, não conseguiria comprar outro semelhante.
O imóvel da professora possui três quartos, todos com armário embutido, o que, segundo ela, é raro de encontrar na região.
Jaqueline afirma que a única alternativa seria comprar outro apartamento bem longe do centro da cidade.
"Provisória"
A síndica do edifício, Maria Monteiro, conta que já tentou tirar a feira da porta do prédio, mas a prefeitura da capital mineira disse que pretende mantê-la onde está.
A feira de artesanato era antes montada na praça da Liberdade. Na época em que o atual governador Eduardo Azeredo (PSDB) era prefeito de Belo Horizonte, ela foi transferida -provisoriamente, segundo a prefeitura- para a avenida Afonso Pena. A partir disso, não saiu mais de lá.

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