São Paulo, domingo, 21 de julho de 1996
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Terreno para casa vira "artigo de luxo"

DA REPORTAGEM LOCAL

A compra de um terreno para construir a casa própria é um sonho cada vez mais difícil de realizar em São Paulo -a não ser para quem possui muito dinheiro para empregar no negócio.
O maior número de ofertas está em regiões nobres estritamente residenciais ou em condomínios horizontais para a classe média alta.
Para encontrar terrenos a preços mais acessíveis, é preciso procurar bastante na periferia.
Qualidade de vida
No primeiro caso, o problema são os preços.
Bairros como Alto de Pinheiros e Boaçava, na zona oeste da cidade, destacam-se pela qualidade de vida que oferecem a seus moradores -o que alavanca o preço das poucas áreas disponíveis.
"O metro quadrado chega a custar R$ 450 em um lote bem localizado", diz Abimael de Oliveira, sócio da imobiliária Alto de Pinheiros. O tamanho dos lotes fica em torno de 550 m².
Oliveira afirma que, mesmo com os preços elevados, a procura por terrenos na região é maior do que a oferta disponível.
Nos bairros que formam a região que se convencionou chamar Morumbi, na zona oeste, a oferta de terrenos é maior e, em algumas áreas, os preços são mais baixos.
No Jardim Morumbi, ao sul do Palácio dos Bandeirantes, e no Jardim Leonor, próximo ao estádio do São Paulo, os preços variam de R$ 200 a R$ 250 o metro quadrado, segundo Eduardo Jacote, gerente da imobiliária Jadar.
Já nos bairros de Cidade Jardim e Jardim Guedala, apesar de próximos, os preços equivalem aos do Alto de Pinheiros.
Em geral, os terrenos na região são grandes, muitas vezes ultrapassando 1.000 m². O preço cai com a proximidade da marginal Pinheiros.
Periferia
O público renda mais baixa, porém, é obrigado a procurar opções na periferia da cidade.
Luís Antônio Migliani, gerente de vendas da Imobiliária Júpiter, que atua na zona sul, diz que a procura por terrenos é grande nesse segmento de renda.
"As pessoas querem um lote para construir uma edícula, e depois, aos poucos, ampliar a sua moradia", diz ele. Mas as ofertas para esse público são poucas, e se limitam a regiões distantes do centro.
A Júpiter vende, por exemplo, um terreno de 229 m² no Parque Bristol, bairro quase na divisa com São Bernardo do Campo, por R$ 10 mil -o equivalente a R$ 43,67 o metro quadrado.
No Planalto Paulista, que fica em uma região mais central da zona sul (próxima ao aeroporto de Congonhas), a empresa possui terrenos que custam entre R$ 256 e R$ 544 o metro quadrado.

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