São Paulo, domingo, 21 de julho de 1996 |
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CARTAS A CLARICE Prezada senhora Eis o texto da tradução preparada por minha filha e por mim. Quanto à tradução do livro inteiro, gostaria de prometer; mas tenho tantos compromissos com meus editores que, por enquanto, não poderia assumir outros. Se a senhora pudesse esperar, talvez, na primavera, eu possa tentar. Ninon também está fazendo exames: epigrafia romana, e outras coisas terríveis deste gênero, que a impedem de pensar em coisas mais bonitas. Ficaria muito grato se, quando mandar sua correspondência, incluísse as cartas que anexo. Gostaria, se possível, que chegassem rapidamente ao Brasil. Como não tive resposta das cartas que enviei, receio que tenham se perdido. Mande-nos notícias suas e de seu marido. Espero encontrá-la logo em Roma ou em Nápoles. Seu afeiçoado e devoto Giuseppe Ungaretti Roma, Piazza Remuria, 3 4 de setembro de 1945 Prezada e cara senhora, Sou-lhe profundamente grato pela sua gentileza de transmitir aos destinatários as cartas que anexo. Mande a todos, a Vinicius e a Schmidt, a Paulo Emilio, a Oswald de Andrade, meu profundo afeto e minhas lembranças. Já saiu em Milão, pela Mondadori, que publica agora a revista, o número de "Poesia" que contém a tradução e o ensaio por mim dedicados aos poetas brasileiros. Infelizmente, pelas dificuldades de transporte, ainda não chegaram a Roma. Faço votos para que seu vivo e maravilhoso talento consiga o reconhecimento que merece, em pátria e além. Saudações afetuosas, seu Giuseppe Ungaretti Traduções de Lucia Wataghin. Texto Anterior: O leão na sala de aula Próximo Texto: Descobertas no exílio brasileiro Índice |
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