São Paulo, domingo, 21 de julho de 1996 |
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Americanos passam a conviver com o perigo
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
Jornais, revistas, emissoras de rádio e TV se referem à tragédia como um ato criminoso e suas audiências demonstram concordar. Um país que nunca viu guerras em seu território (exceto a guerra civil) e até 1993 também desconhecia o terror contra civis em grande escala, os EUA começam a se adaptar à convivência com a possibilidade de perigo nas atividades mais corriqueiras do cotidiano. Em fevereiro de 1993, mais de mil pessoas que estavam no seu trabalho nas torres do World Trade Center, em Nova York, acabaram feridas e seis mortas devido à explosão de uma bomba na garagem do edifício. Em abril de 1995, 154 funcionários públicos e 15 de seus filhos que estavam na creche do seu local de trabalho, morreram quando um caminhão carregado de bombas explodiu do lado de fora do edifício público federal de Oklahoma. Se for confirmado que o vôo TWA 800 foi derrubado por uma bomba, terá sido o pior atentado terrorista já cometido em território norte-americano. No caso do World Trade Center, um grupo de árabes e descendentes de árabes foi condenado pelo crime e está na prisão. No de Oklahoma, dois norte-americanos estão sendo julgados e podem ser condenados à morte. Um ano depois da explosão de Oklahoma, o Congresso aprovou nova lei antiterrorismo, que permite a expulsão do país de suspeitos sem que se tornem públicas as evidências contra eles, proíbe a coleta de recursos para entidades acusadas de terrorismo e reduz o número de recursos possíveis a um condenado à morte. Mas, numa prova de que o país não está disposto a abrir mão de liberdades individuais para combater o terror, diversos artigos da lei, como o que ampliava a possibilidade de escuta telefônica policial, foram recusados. (CELS) Texto Anterior: EUA tentam afastar boatos sobre avião Próximo Texto: Não acabou em pizza Índice |
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