São Paulo, domingo, 21 de julho de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"Paitrocínio" é comum nas franquias

NELSON ROCCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Eles rejeitam a pecha de "filhos de papai" e têm dado duro para tocar a empresa. Fazem cursos de treinamento e administração. Mas o dinheiro para entrar no franchising veio dos pais.
Rodrigo Maldini Pitangui Viegas, 23, é o master-franqueado para o Brasil, Uruguai, Chile e Argentina das molduras Fastframe.
Ele deixou o curso de economia na Faap (Faculdades Armando Álvares Penteado) para negociar com os franqueadores nos EUA. Segundo Viegas, o investimento na master-franquia, incluindo a loja, foi de US$ 700 mil.
Foi ele quem acertou o negócio com os donos. "A negociação durou um dia. Depois, meus pais foram acertar as contas."
Sua mãe, Marina Pitangui, é decoradora de interiores; o pai, Franklin Viegas, é sócio da JFM, uma administradora de shoppings. Os três são sócios na Fastframe.
Após treinamento de quatro meses, a loja foi inaugurada em maio.
Viegas conta, orgulhoso, que sua loja bateu o recorde da rede em vendas na abertura. O faturamento médio é de US$ 60 mil por mês.
Nos planos do novo empresário estão a abertura de mais duas unidades para depois franquear. Sua meta é 52 lojas em cinco anos.
Os irmãos Marcelo e Robson Arroyo dizem que escolheram o franchising pela vantagem "do apoio do franqueador".
Eles compraram duas unidades da rede Heel Sew Quik -uma será inaugurada no shopping Jardim Sul e outra no supermercado Cândia, ambas no bairro Morumbi (zona oeste de São Paulo).
Marcelo, 22, cursa o quarto ano de engenharia na Universidade Mackenzie, e Robson, 21, está no terceiro ano de administração da Unip (Universidade Paulista).
Os irmãos contam que já trabalharam antes. O pai, Walter Arroyo, advogado, teve um posto de combustível onde os dois tiveram contato com o comércio.
Para escolher, Marcelo afirma que fez contato com várias redes e conversou com franqueados. "A Heel Sew Quik nos ofereceu a maior gama de serviços."
O investimento nas duas unidades ficou em R$ 50 mil -eles não pagaram ponto. Os sócios contam que 30% do capital veio do bolso do pai. "Mas 70% era nosso. Raspamos a caderneta de poupança e vendemos os carros", diz Robson.
Cristiane Campinhos, 28, resolveu abrir uma unidade da Sign Express depois de trabalhar quatro anos como engenheira agrônoma.
Sua loja em Vitória (ES) consumiu R$ 80 mil. O pai e sócio, Edgar Campinhos, entrou com 50%.
"A maior dificuldade é ter de fazer tudo sozinha, já que meu pai é consultor e não pode tocar a empresa comigo."

Texto Anterior: Empresária dá telefone para garantir empréstimo
Próximo Texto: Franquia investe na produção de cerveja
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.