São Paulo, quarta-feira, 24 de julho de 1996
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Presidente debate reforma com senadores

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso reúne-se hoje os líderes governistas no Senado para dizer o que espera da reforma da Previdência, que já está na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa aguardando relator.
FHC começou ontem a discutir o assunto com o líder do governo no Senado, Elcio Alvares (PFL-ES). Disse esperar que os senadores retomem os objetivos do projeto original do governo, que, na sua opinião, foi desfigurado pela Câmara.
A idéia dos líderes governistas é definir um texto consensual e escolher um relator identificado com esse projeto, para que a tramitação seja facilitada.
"O relator não é dono do projeto. Ele tem de exprimir a vontade de uma maioria", disse o líder do PSDB, Sérgio Machado (CE).
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), discorda. "Há uma concepção no Congresso de que as comissões são técnicas, e o plenário é que é político."
Cabe ao presidente da CCJ, Iris Rezende (PMDB-GO), designar o relator do projeto. Os líderes governistas pediram que ele aguarde um acordo entre o PFL e o PSDB para ver qual dos dois partidos ficará com o cargo.
Um dos candidatos a relator é o líder do PFL, Hugo Napoleão (PI). Seu nome é defendido pelo presidente licenciado do partido, Jorge Bornhausen. Mas a legenda tem outros aspirantes ao cargo: Vilson Kleinubing (SC) e Francelino Pereira (MG).
O PMDB, que tem a maior bancada de senadores (24) e por isso teria direito a indicar o relator, não quer o cargo. O partido prefere ficar com a relatoria da reforma tributária, que ainda nem foi aprovada pela Câmara dos Deputados.
Para relatar a reforma tributária, o PMDB já escolheu o senador Fernando Bezerra (PMDB-RN), presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria).
Os líderes do PMDB, PFL e PSDB no Senado decidiram dividir entre esses partidos as relatorias das reformas previdenciária, tributária e administrativa.
Já que o PMDB escolheu a tributária, o PFL prefere ficar com a previdenciária. "Até porque o ministro Reinhold Stephanes é do PFL e fica mais fácil o diálogo", afirmou Napoleão.

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