São Paulo, quarta-feira, 24 de julho de 1996
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Nova York vira capital da arte africana

DA REDAÇÃO

Até o dia 29 de setembro, Nova York é a capital da arte africana. O museu Guggenheim realiza simultaneamente duas grandes mostras sobre o continente.
Uma reúne cerca de 550 objetos artísticos e de uso diário no continente. A outra reúne a produção de 30 fotógrafos dos anos 40 aos dias de hoje.
"The Art of a Continent" divide a África em sete regiões. Começa com um machado talhado de mais de 1,5 milhão de anos. É o mais antigo registro datado de trabalho humano em arte ou tecnologia.
O primeiro segmento é dedicado ao Egito Antigo e à arte Nubia. São achados arqueológicos em sua maioria, um tipo de atividade que ainda engatinha na África. Estátuas de faraós e animais de estimação embalsamados fazem companhia a jóias em ouro e lápis-lazúli.
A África oriental sofreu grandes influências do comércio estabelecido entre países banhados pelo oceano Índico e se tornou um ponto de confluência das culturas islâmica e cristã, observado em objetos como cruzes etíopes em cobre e madeira do século 14.
Mas não são só objetos utilitários e ornamentos que estão presentes na mostra. A arte africana se manifestava também na arquitetura, em varandas, dintéis e portas, localizados principalmente na África ocidental.
A mostra "In/Sight - African Photographers, 1940 to the Present" reúne retratos, fotojornalismo e instalações de 30 profissionais africanos. Trabalhos interessantes são abordados, como os de Seydou Keita, que compunha os retratos de seus clientes com rádios, canetas e outros objetos alheios ao universo local.
Esses trabalhos acompanharam durante muito tempo trabalhos antropológicos, documentários e brochuras de turismo, criando uma visão equivocada da África.
A mostra também revisita o trabalho de resistência política da revista "Drum", da África do Sul, nos anos 50.

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