São Paulo, quarta-feira, 31 de julho de 1996 |
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Montadora rejeita mudança de regra Acordos devem ser mantidos, diz Anfavea ARTHUR PEREIRA FILHO
"Todos os acordos que foram formalizados entre empresas e governo até dezembro de 99 devem ser mantidos", diz José Carlos Pinheiro Neto, presidente em exercício da Anfavea, a associação que reúne fabricantes de veículos. Pinheiro Neto afirma que "qualquer alteração não será bem-vinda". Segundo ele, os "compromissos de investimentos e exportações das montadoras até 2000 estão baseados em acordos já assinados com o governo brasileiro". Surpresa A informação de que o Japão havia entrado com queixa formal junto à OMC (Organização Mundial do Comércio) surpreendeu o setor. Segundo a Folha apurou, as montadoras davam como fechado o acordo que estabelecia uma cota tarifária de cerca de 40 mil veículos até o final do ano para as empresas sem fábricas no país. Esses carros seriam importados com alíquota reduzida (35%). Em troca, não haveria recurso à OMC contra a política brasileira, que prevê a compensação das importações com igual volume de exportações. Sem alteração A alíquota de 70% para importar carros de marcas sem fábricas no país não será alterada até o final deste ano. A avaliação é de José Carlos Gandini, presidente da Abeiva, entidade que reúne os importadores de automóveis. A proposta do governo brasileiro de estabelecer uma cota tarifária perdeu validade após o recurso apresentado pelo Japão à OMC, afirma. "A informação incorreta de que o Japão havia aceito a proposta de cota do governo brasileiro apenas serviu para prejudicar as vendas", diz Gandini. Gandini conta que o consumidor acaba adiando a compra do carro importado à espera de uma redução de preço que não vai ocorrer. Investimento prejudicado Emílio Julianelli, diretor de Assuntos Corporativos da Hyundai Motors do Brasil, diz que a proposta de cota tarifária foi "por água abaixo". Para Julianelli, a decisão tomada pelo Japão pode prejudicar novos investimentos que estavam sendo anunciados para o Brasil. "É complicado investir em um país que está com sua política industrial sendo questionada em nível internacional." Texto Anterior: Medida vai ser reeditada dia 10 Próximo Texto: Donos do Tipo recorrem à Justiça Índice |
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