São Paulo, quarta-feira, 31 de julho de 1996
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Microsoft tentar conquistar a TV

MARINA MORAES
ESPECIAL PARA A FOLHA, DE NOVA YORK

Meu amigo Gary Berkman trocou sua posição de produtor na CNN de Nova York para exercer a mesma função na MSNBC, em Scaule.
A MSNBC, para aqueles que ainda não sabem, é o novíssimo canal de TV a cabo que nasceu da joint venture entre a Microsoft e a rede NBC.
Gary, um garotão de 34 anos, acredita que a emissora está apostando na geração Internet e que tem potencial para ser, em breve, a grande rival da veterana CNN.
Na sua primeira semana no ar, esse canal de 24 horas ininterruptas de notícias, mostrou que pode, de fato, conquistar parte do público da concorrente com uma combinação de jornalismo tradicional com pitadas de tecnologia moderna.
Embora visualmente a MSNBC se pareça muito com a CNN, o seu ritmo é mais acelerado, e até os participantes de programas de debates parecem mais inteligentes.
Uma pesquisa, que talvez seja muito precoce para ser levada a sério, apontou uma única reclamação do público: o excesso de comerciais.
Meu amigo Gary, como provavelmente um grande time lá dentro, está entusiasmado com as possibilidades que o canal tem de explorar sua "porção Bill Gates", avançando em uma área ainda tímida na televisão que conhecemos.
Correio eletrônico
A preocupação da emissora no momento é de não levar gol da concorrência, não perder da CNN na velocidade das notícias e no conteúdo editorial.
A MSNBC convida os telespectadores a participar, via correio eletrônico, das discussões que estão no ar. Nada de novo: a CNN tem também seu endereço na Internet e mantém programas interativos com um público bem maior.
Mais interessante talvez seja o programa "Site", às 22h, uma hora inteira com materiais sobre o que vai pelo ciberespaço, novidades do universo on line, as últimas soluções promovidas pelo computador.
O formato e o estilo dessa ciberprodução são próximos ao que é visto na MTV, com muito efeito visual e música. É nessa hora que a MSNBC ou conquista de fato o público MTV ou perde a audiência. O telespectador médio não faz a menor questão de receber em primeira mão as notícias virtuais.
"A grande vantagem da parceria entre a televisão e a rede de computadores", diz Gary, "é que um alimenta o outro e quem se interessar terá acesso a uma quantidade gigante de informações."
Em Seattle, Gary vai trabalhar como produtor da área on line da MSNBC, uma revista diária na Internet com todas as notícias que o canal a cabo está apresentando, mais a possibilidade de clicar entrevistas sobre o assunto, fotos, mapas e dados históricos que quase sempre explicam os fatos atuais.
As duas áreas, TV e Internet, estarão constantemente trocando serviços e informação.

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