São Paulo, sábado, 3 de agosto de 1996 |
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'Walking' celebra mudança
MARISA ADÁN GIL
Preciosista demais para agradar quem procurava apenas bom pop, a dupla formada por Tracey Thorn (vocais) e Ben Watt (teclados, violões, eletrônicos) parecia destinada ao limbo solitário do jazz-pop metido a bossa nova. "Missing", o remix, mudou tudo isso. Todd Terry, o rei da house music, descobriu o mapa da mina. Todos os excessos jazzísticos e literários do grupo se dissolveram numa batida dance. Deve ser um sinal dos tempos que alguns dos melhores grupos dos anos 90 (Portishead, Tricky, Massive Attack) sigam a mesma receita: pop elaborado, aliado às melhores batidas que uma máquina pode produzir. No caso do EBTG, o resultado é mágico. "Walking Wounded" é o tipo de disco que cai tão bem na pista quanto no sofá -a dois, de preferência. Batidas de techno, jungle, hip hop e house não chegam a tocar a voz de Tracey, que navega tranquila sobre os mares de teclados e efeitos controlados por Watts. "Eu poderia ter te amado para sempre", lamenta Tracey na faixa-título, obra-prima do disco. No mesmo patamar está a melodiosa "Wrong", prova de que a pista pode ser o melhor lugar para afogar as mágoas. É difícil destacar faixas: da batida hip hop de "Single" ao refrão de "Big Deal", tudo é encantador. Só resta ouvir "Mirror Ball", a que mais lembra os velhos tempos da dupla, e celebrar a metamorfose mais inesperada dos anos 90. Disco: "Walking Wounded", Everything but the Girl Lançamento: Virgin Quanto: R$ 20 (o CD, em média) Texto Anterior: Show de NY confirma sucesso da nova fase Próximo Texto: Coluna Joyce Pascowitch Índice |
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